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arrow_back Aula 04 - Motores elétricos assíncronos ligados à rede trifásica

1. Modelos de máquinas trifásicas

Os motores trifásicos são divididos em duas categorias: a dos síncronos e a dos assíncronos. Neste estudo, veremos apenas os motores assíncronos, pois eles são os mais utilizados como atuadores, devido à sua robustez, além de serem empregados em ambientes hostis, empoeirados, navais e até mesmo explosivos. Assim, os motores trifásicos assíncronos são produzidos com dois tipos de rotores: o rotor bobinado e o rotor curto-circuitado gaiola de esquilo.

Lembra que na aula anterior fizemos o mesmo comentário ao falar sobre as velocidades dos motores monofásicos síncronos e assíncronos? Contudo, os motores trifásicos, embora sigam o mesmo princípio das velocidades, são estruturas físicas diferentes, pois apresentam um número maior de bobinas e possuem campo girante em vez de campo pulsante.

O termo “assíncrono” é utilizado em razão de a velocidade de rotação do rotor não ser igual à velocidade de rotação do campo girante criado pelo estator, isto é, o movimento do rotor não é síncrono com o movimento do campo girante do estator. Por outro lado, o termo “indução” refere-se à utilização do movimento de rotação do rotor como o resultado do aparecimento de forças eletromotriz “fem” induzidas no rotor.

O modelo com rotor bobinado é pouco empregado em virtude de sua manutenção ser mais frequente. Já o rotor do tipo gaiola é muito utilizado devido à sua robustez, simplicidade na manutenção e baixo custo. Na Figura 01 podemos ver a divisão dos motores trifásicos de acordo com as suas formas.

Modelos de motores trifásicos e suas formas construtivas

1.1 Motor com rotor bobinado

Embora seu custo seja mais elevado do que o motor de gaiola, a aplicação de motores de anéis, ou com o rotor bobinado, é necessária para partidas pesadas (elevada inércia), para o acionamento de velocidade ajustável ou para os casos em que é preciso limitar a corrente de partida mantendo um alto conjugado de partida.

O motor trifásico com rotor bobinado foi desenhado para atender a uma necessidade de partida suave da indústria. A finalidade do rotor bobinado é permitir que sejam inseridas resistências em série com o enrolamento trifásico do rotor, de modo que a velocidade imprimida seja controlada. Tem-se, portanto, um enrolamento trifásico no estator e um enrolamento com três saídas no rotor.

O contato entre o rotor e o meio externo é feito por escovas conectadas a três anéis fixos no eixo do rotor, aos quais estão ligadas as três terminações do bobinado do rotor, como pode ser visto na Figura 02.

Anéis coletores com escovas do rotor bobinado

O rotor bobinado possui uma impedância maior do que a impedância do rotor gaiola de esquilo, por constituir-se de enrolamento de fio de cobre. Consequentemente, podemos esperar que ele tenha uma corrente de partida menor para desempenhar o mesmo torque desempenhado em um motor com rotor tipo gaiola. O mais importante é que esse enrolamento, disponível na saída pelos anéis, permite a inserção de resistências em série, possibilitando o aumento da impedância do rotor a valores desejados.

Desse modo, podemos suavizar o controle da velocidade do motor na partida, pois as resistências bloqueiam o aumento da corrente de partida, produzindo um fenômeno que compromete o sistema elétrico, mas que não prejudica de maneira extrema o conjugado do motor. Assim, o motor de rotor bobinado tem uma boa relação torque de partida por corrente de partida, se comparado ao motor com o rotor tipo gaiola.

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