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arrow_back Aula 04 - Motores elétricos assíncronos ligados à rede trifásica

2.5 Corrente de partida em motores trifásicos

A corrente de partida, também chamada de corrente com o rotor bloqueado, está presente nos motores de indução e deve ter seu valor minimizado. Sempre que possível, um motor trifásico de gaiola deverá ser alimentado diretamente com a tensão da rede elétrica, por meio de contatores.

Porém, devemos ter em conta que, para motores com potências acima de 5,0 cv, essa corrente de partida poderá prejudicar ou até mesmo comprometer o sistema elétrico, vindo a ocorrer as seguintes consequências:

  1. elevada queda de tensão no sistema de alimentação da rede. Em função disso, é provocada a interferência em equipamentos instalados no sistema;
  2. o sistema de proteção (cabos, contatores) deverá ser superdimensionado, ocasionando um custo elevado;
  3. a imposição das concessionárias de energia elétrica que limitam a queda de tensão da rede ou limitam a potência do motor para alimentá-lo diretamente com a tensão da rede.

Nos casos em que a partida direta não seja possível de acontecer, devido aos problemas citados acima, pode-se utilizar sistema de partida indireta que apresente características de reduzir a corrente no instante da partida. São utilizadas as chaves de partida: Estrela-triângulo, Chave compensadora e Chave série-paralelo; além das partidas eletrônicas: soft-starter e inversor de frequência. Essas chaves serão estudadas mais à frente em uma aula específica.

2.6 Classe de isolamento

A temperatura nas máquinas elétricas é um fator crucial para seu bom funcionamento. O que realmente queremos limitar é a elevação da temperatura no enrolamento sobre a temperatura do ar ambiente. Essa diferença total (∆ t) é comumente chamada “elevação de temperatura” do motor e, como é indicado na Figura 10, equivale à soma da queda interna da temperatura com a queda externa.

Detalhe da distribuição da temperatura em motor trifásico

Onde:

tmáx – Temperatura no ponto mais quente do motor (centro das bobinas);

text - Temperatura externa (saída da carcaça do motor);

ta – Temperatura ambiente, medida no centro das aletas em contato com o ar.

O limite de temperatura do motor depende do tipo de material empregado na confecção de suas bobinas. Para fins de normalização, os materiais isolantes e os sistemas de isolamento (cada um formado pela combinação de vários materiais) são agrupados em CLASSES DE ISOLAMENTO, cada qual definida pelo respectivo limite de temperatura, ou seja, pela maior temperatura que o material pode suportar continuamente sem que sua vida útil seja afetada.

As classes de isolamento utilizadas em máquinas elétricas e os seus respectivos limites de temperatura, conforme a NBR-7094, são os seguintes:

  • Classe A (105 ºC)
  • Classe E (120 ºC)
  • Classe B (130 ºC)
  • Classe F (155 ºC)
  • Classe H (180 ºC)

As classes B e F são comumente utilizadas em motores normais, que são os motores mais fabricados e comercializados no mercado.

As normas para motores, portanto, estabelecem um limite máximo de temperatura ambiente e especificam uma elevação de temperatura máxima para cada classe de isolamento. Desse modo, fica indiretamente limitada a temperatura do ponto mais quente do motor. Os valores numéricos e a composição da temperatura admissível do ponto mais quente são indicados na Tabela 1.

Tabela 1 - Composição da temperatura em função da classe
Classe de isolamento A E B F H
Temperatura ambiente °C 40 40 40 40 40
Δt = elevação de temperatura (método da resistência) °C 60 75 80 105 125
Diferença entre o ponto mais quente e a temperatura média °C 5 5 10 10 15
Total: temperatura do ponto mais quente °C 105 120 130 155 180
Fonte: Adaptado de WEG S. A. (2016).

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