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Os métodos de ajuste de controladores mais conhecidos e que são utilizados até hoje, foram desenvolvidos em 1942 por J.G. Ziegler e N.B. Nichols, quando trabalhavam na empresa americana Taylor Instrument Company, da cidade de Rocherster, Nova Iorque. Esses métodos, apesar de serem os mais antigos, ainda são muito utilizados por instrumentistas e profissionais da área de controle de processos.
Os métodos de Ziegler-Nichols são pioneiros na literatura no sentido de proporem uma sintonia heurística (empírica/experimental) para controladores PID. São dois métodos que são empregados de acordo com o tipo de planta.
Critério dos Métodos: a resposta do sistema em malha fechada é considerada satisfatória se apresenta uma taxa de decaimento de pelo menos 1/4 por período (relação de C/A na Figura 1 igual a 1/4).
Os métodos procuram satisfazer o critério acima na maioria das situações práticas. O modelo do controlador PID é o paralelo clássico. Com os métodos pretende-se obter no máximo 25% de overshoot.
Objetivo: Determinação dos valores $K_{p}$, $T_{i}$ e $T_{d}$ do controlador PID, a partir das características da resposta transitória do processo em malha aberta.
Utiliza-se um sistema de controle em malha aberta (conforme a Figura 2), onde, com o controlador em manual, aplica-se um sinal em degrau de referência MV.
O método da curva de reação é empregado em sistemas que se aproximam de um sistema de primeira ordem com atraso para uma resposta a um degrau. Observa-se a resposta Y (PV) da planta (processo) e mede-se a inclinação máxima da curva e a defasagem (atraso) L. Pelos parâmetros da resposta a essa perturbação na entrada, calculam-se os parâmetros do controlador PID. O método de sintonização de Ziegler-Nichols em malha aberta só pode ser aplicado a plantas em que a curva da resposta ao degrau assemelha-se a uma curva em forma de S, tal como é apresentada na figura 3. Caso a curva não tenha essa forma, então esse método de sintonização não pode ser aplicado.
Nota: Na Figura 3, foi aplicado um degrau na entrada do processo de amplitude X (referência), e a saída do processo PV (resposta) foi para um valor de amplitude C (sistema é estável em malha aberta). Há a necessidade de um controlador para que a PV siga a referência ou para garantir o seu valor no ponto desejado.
A curva da Figura 3 pode ser caracterizada pelas seguintes constantes: tempo de retardo (L), constante de tempo (T) e a taxa de reação/variação (R), dada pela seguinte equação:
$$ R= \frac{C}{T} $$Essas constantes são determinadas traçando-se uma reta tangente ao ponto de inflexão (ponto onde a curva muda de sentido) da curva de resposta, e encontrando-se os pontos de interseção dessa reta tangente com o eixo do tempo e com uma reta dada por y(t) = C (valor onde a resposta estabiliza). De posse desses valores, calculam-se os parâmetros do controlador desejado a partir da Tabela 1.
| Controlador | $K_{p}$ | $T_{i}$ | $T_{d}$ |
| P | $\frac{1}{RL}$ | ∞ | 0 |
| PI | $\frac{0.9}{RL}$ | $\frac{L}{0.3}$ | 0 |
| PID | $\frac{1.2}{RL}$ | $ 2 * L$ | $0.5 * L$ |
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