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arrow_back Aula 03 - Máquinas Elétricas: Motores Assíncronos

7. Motor de repulsão

O motor de repulsão é ideal para aplicações que apresentam uma carga alta de inércia, pois o motor precisa imprimir um grande torque, absorvendo determinada corrente da rede durante o período de partida da máquina. O torque de partida alto é o grande atrativo desse motor, mas existe a desvantagem de desse equipamento vir com escovas e coletor, além do desgaste e da necessidade de manutenção de todo o conjunto.

Esse torque, em comparação com um motor de capacitor de partida, é um pouco maior, mas a corrente que ele absorve da rede na partida, mesmo com torque maior, é bem menor. Colocando no papel os custos operacionais de um motor de repulsão com relação a um motor de capacitor de partida, este último vence, ocupando o lugar do motor de repulsão em muitas aplicações. Em aplicações que precisam do torque elevado de partida com corrente reduzida, o motor de repulsão é a opção mais indicada por apresentar a melhor relação torque/corrente dos motores monofásicos.

O motor de repulsão possui armadura como o motor CC, um comutador e escovas que, por ação centrífuga, curto-circuitam todas as barras do comutador quando o motor atinge velocidade próxima a nominal, como pode ser visto no esquema da Figura 10.

Esquema elétrico do motor de repulsão

O estator de um motor de repulsão é semelhante ao estator do motor de fase dividida, com exceção da ausência do enrolamento auxiliar, que no motor de repulsão é desnecessário. O torque de partida é obtido pelo princípio da repulsão.

O sistema de escovas do motor de repulsão é parte fundamental no seu funcionamento. Há pares de escovas interligadas, divididas em espaços de 90º, que podem ser deslocadas para inversão de rotação e ajuste de torque máximo. Ao alimentar as bobinas do estator, o campo produzido encontra em determinada região um lado da armadura com as escovas interligadas e induz corrente nesse segmento da armadura.

Essa corrente induzida faz surgir um campo muito forte nos enrolamentos não curto-circuitados na armadura nesse momento. Ele reage com o campo produzido no estator, produzindo torque. Em outras palavras, o campo gerado no estator atinge a armadura, mas ela "enxerga" esse campo de duas maneiras devido ao curto-circuito em um segmento. Tem-se virtualmente uma divisão do campo no estator.

Parte do enrolamento é considerada como indução, pois induz corrente na parte curto-circuitada da armadura, e a outra parte é chamada apenas de enrolamento de campo, porque sofre a reação do campo que aparece na armadura.

Então, o enrolamento de indução induz corrente na parte curto-circuitada da armadura, que reage com o campo magnético produzido no enrolamento de campo, produzindo torque. Essa repulsão da armadura dá ao motor seu nome.

Quando o motor atinge determinada velocidade, cerca de 80% da nominal, o comutador é todo curto-circuitado por ação centrífuga e a armadura adquire características de um motor com rotor tipo gaiola de esquilo. Nesse momento a máquina passa a trabalhar com características semelhantes a um motor de fase dividida.

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