2 - Arte

2.3 - Processo

A criação de qualquer mídia artística comercial passa por 3 etapas-chave:

1. Pré-produção: é a fase inicial, um esboço das primeiras ideias e estabelecimento de um referencial para criação dos assets (termo superchique usado para os recursos gráficos gerados).
2. Produção: fase em que os artistas pegarão as referências estabelecidas pela arte conceitual e criarão nas ferramentas adequadas. Isso envolve a criação dos objetos, animação, criação dos menus, etc. Perceba que, para jogos 3D, o número de passos dessa etapa é bem maior: modelagem do objeto, aplicação de textura, criação de diversos mapas sobre a malha de polígonos, animação.
3. Pós-produção: nessa etapa, o recurso gerado na ferramenta específica é exportado para um formato com o qual o motor possa trabalhar.

Geralmente, mídias como música, cinema, teatro, shows de TV e propagandas precisam definir o que deve ser gasto e produzido nessas três fases; com os games não é diferente. As grandes indústrias de games possuem profissionais específicos para cada um desses processos, com vistas a garantir o sucesso do projeto. Não basta apenas pessoal, verba e uma boa ideia: para tornar um jogo bem-sucedido, é necessária uma boa pré-produção, pois é nesse momento que as direções são apontadas. Todo o restante da produção será guiado pela pré-produção e um de seus elementos mais importantes é a arte conceitual. Com um bom pré-projeto, um estúdio tem mais possibilidades de atuação, mesmo com limitações orçamentária e de pessoal e, assim, até você pode se aventurar no processo de criação de um game.

Então assim: se eu perguntar para vocês se há diferença entre as fases do processo realizado para imagens 2D e 3D, saiba que não há. São as mesmas três fases. Porém, o fluxo que existe dentro de cada fase muda, pois a fase de produção de assets 3D é bem mais complexa do que a fase de criação de assets 2D. Captou minha mensagem?

Para jogos 2D, podemos determinar a seguinte sequência:

• Concepção dos elementos, artes conceituais;
• Criação dos elementos em ferramentas como GIMP, Inkscape, Photoshop, etc.;
• Criação de recursos para animações, com sprites normais ou blocados (mais a frente veremos o que é isso);
• Conversão dos assets criados para um formato suportado pelo motor.

Para jogos 3D, essa sequência seria:

• Concepção dos elementos, artes conceituais;
• Criação dos elementos em ferramentas como blender, 3DS Max, Maya, ZBrush:
• Geração da malha que representa o objeto;
• Escultura ou detalhamento do modelo 3D;
• Geração de mapas UV, normais, etc.;
• Aplicação de texturas;
• Geração do “rigging” ou esqueleto para animação;
• Animação do modelo;
• Iluminação e renderização;
• Montagem das cenas;
• Conversão para formato suportado pelo motor do jogo.

Ufa, não é brincadeira! Ao longo das nossas aulas, veremos o máximo possível como criar os artefatos por meio dessas etapas, ok?