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arrow_back Aula 02 - Taxonomia para Jogos

2.4 RPG

Os jogos de Role-Playing Game, ou RPG, também possuem um foco forte na narrativa (assim como os de Aventura), porém com uma ênfase maior no desenvolvimento do personagem, assim como os jogos tradicionais de RPG de papel e caneta. O jogador deve realizar missões e tarefas para adquirir experiência e fazer seu personagem crescer tanto em habilidade como em importância na narrativa.

A customização do personagem ao gosto do jogador aumenta a conexão jogador-personagem, tanto que esse elemento passou a ser utilizado em vários gêneros. Da mesma forma, a evolução das habilidades dos personagens e a interação com outros personagens do mundo do jogo passou a conquistar espaços em vários gêneros distintos. De ação a jogos esportivos, vários elementos tradicionais de um jogo de RPG são utilizados para melhorar a experiência e o controle do jogador sobre o mundo do jogo.

Os RPGs tradicionais são focados em narrativa e combate estratégico, dando grande valor às decisões táticas, normalmente os combates ocorrem em turnos ou é possível que o jogador suspenda o combate temporariamente (o bom e velho pause) para decidir uma sequência de instruções a serem seguidas.

RPGs tradicionais envolvem bastante exploração do mundo e encontro com vários personagens. Em a), <span class='italico'>King’s Bounty</span> possui um sistema de combate clássico por turnos. Em b) é apresentada uma das melhores franquias de RPG do computador, <span class='italico'>KOTOR</span>. O jogo é ambientado no universo de <span class='italico'>Star Wars</span>, com combate tático que pode ser pausado ou acontecer em tempo real.

Uma vertente muito forte dos jogos de RPG é aquela que segue os modelos dos primeiros RPGs feitos no Japão, os J-RPGs. Jogos nesse modelo possuem uma estrutura clássica de organização, com uma área de mundo aberto onde o jogador pode navegar e pontos de interesse no mapa, como cidades ou cavernas para explorar. Os personagens normalmente pertencem a uma classe com habilidades específicas e existe a noção de um grupo de personagens que o jogador controla além do protagonista principal da história. Esse grupo de personagens normalmente é limitado e o jogador coordena suas ações durante o combate, que se realiza em turnos. A visualização tradicional desses combates é em uma tela de duas dimensões, com o grupo de heróis em um dos lados e os inimigos em outro. Atualmente, novos jogos têm mudado essa estrutura. Grandes franquias, como Final Fantasy e Breath of Fire são representantes desse tipo de jogo.

Alguns exemplos de JRPGs. Em a) o melhor representante do gênero, <span class='italico'>Final Fantasy</span>, com o seu combate em turnos, heróis de um lado, monstro gigante e guloso do outro. Em b) um outro estilo de combate está presente em <span class='italico'>Agarest</span>, semelhante a jogos de estratégia em turno, onde o cenário é dividido em blocos ou células e o jogador deve mover seus heróis para atacar as unidades adversárias. Esses últimos jogos costumam ser chamados de RPGs Táticos.

Os jogos de RPG se beneficiaram também do empréstimo de características de outros gêneros, com um grande destaque para o gênero de Ação. Os RPG de Ação envolvem todos os elementos tradicionais dos jogos de RPGs, mas possuem sistemas de combate em tempo real, exigindo do jogador uma habilidade mais reativa e decisões rápidas para vencer os adversários.

Seja em <span class='italico'>The Witcher 3</span> (a) ou em <span class='italico'>Dark Souls 3</span> (b) , se o jogador cochilar...tchau! Brincadeira, em <span class='italico'>Dark Souls 3</span>, mesmo se você tiver bem acordado e for muito bom… tchau também!

Um último ponto a se considerar: os jogos de RPG, especialmente os primeiros, sempre se passavam em cenários e mundos fantasiosos, direto de livros de Tolkien e mitologias medievais. Isso se deve em grande parte à origem dos jogos de RPG tradicionais de mesa, que costumam se passar nesse tipo de ambiente com elfos, anões, dragões e cavernas gloriosas, repletas de perigos. Porém, o gênero conseguiu quebrar esse estereótipo, com grandes sucessos sendo ambientados em outros tipos de ambientes.

Grandes jogos de RPG que não se passam em mundos medievais com fadas e dragões: a) <span class='italico'>Mass Effect</span> (espaço), b) <span class='italico'>Jade Empire</span> (China antiga, época do império de Jade) e c) <span class='italico'>Deus Ex: Human Evolution</span> (futurista).

Um último comentário sobre os jogos de RPG é com relação à perspectiva de câmera. Tradicionalmente, os jogos de RPG possuem uma perspectiva em terceira pessoa, porque ela permite uma visualização dos personagens que o jogador controla e estabelece uma relação de empatia entre eles. Além disso, a câmera aberta facilita a tarefa de exploração. Porém algumas franquias passaram a utilizar a visualização em primeira pessoa, para dar um maior senso de imersão dentro do mundo do jogo. Os avatares criados nesses jogos costumam ser customizados por completo, desde a roupa até as feições do rosto, e funcionam como uma “casca vazia”, na qual o jogador pode se representar dentro do mundo. Normalmente os personagens principais deste jogo possuem pouca ou nenhuma história de contexto e as ações do jogador é que definem a sua personalidade.

Jogos com a perspectiva em primeira pessoa fazem com que o jogador se sinta dentro do mundo do jogo, seja uma terra fantasiosa como <span class='italico'>Skyrim</span> (a) ou em um mundo futurista e desolado como o de <span class='italico'>Fallout 4</span> (b) . Só tenha cuidado com a mordida desse dragão!

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