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Os jogos de Role-Playing Game, ou RPG, também possuem um foco forte na narrativa (assim como os de Aventura), porém com uma ênfase maior no desenvolvimento do personagem, assim como os jogos tradicionais de RPG de papel e caneta. O jogador deve realizar missões e tarefas para adquirir experiência e fazer seu personagem crescer tanto em habilidade como em importância na narrativa.
A customização do personagem ao gosto do jogador aumenta a conexão jogador-personagem, tanto que esse elemento passou a ser utilizado em vários gêneros. Da mesma forma, a evolução das habilidades dos personagens e a interação com outros personagens do mundo do jogo passou a conquistar espaços em vários gêneros distintos. De ação a jogos esportivos, vários elementos tradicionais de um jogo de RPG são utilizados para melhorar a experiência e o controle do jogador sobre o mundo do jogo.
Os RPGs tradicionais são focados em narrativa e combate estratégico, dando grande valor às decisões táticas, normalmente os combates ocorrem em turnos ou é possível que o jogador suspenda o combate temporariamente (o bom e velho pause) para decidir uma sequência de instruções a serem seguidas.
Uma vertente muito forte dos jogos de RPG é aquela que segue os modelos dos primeiros RPGs feitos no Japão, os J-RPGs. Jogos nesse modelo possuem uma estrutura clássica de organização, com uma área de mundo aberto onde o jogador pode navegar e pontos de interesse no mapa, como cidades ou cavernas para explorar. Os personagens normalmente pertencem a uma classe com habilidades específicas e existe a noção de um grupo de personagens que o jogador controla além do protagonista principal da história. Esse grupo de personagens normalmente é limitado e o jogador coordena suas ações durante o combate, que se realiza em turnos. A visualização tradicional desses combates é em uma tela de duas dimensões, com o grupo de heróis em um dos lados e os inimigos em outro. Atualmente, novos jogos têm mudado essa estrutura. Grandes franquias, como Final Fantasy e Breath of Fire são representantes desse tipo de jogo.
Os jogos de RPG se beneficiaram também do empréstimo de características de outros gêneros, com um grande destaque para o gênero de Ação. Os RPG de Ação envolvem todos os elementos tradicionais dos jogos de RPGs, mas possuem sistemas de combate em tempo real, exigindo do jogador uma habilidade mais reativa e decisões rápidas para vencer os adversários.
Um último ponto a se considerar: os jogos de RPG, especialmente os primeiros, sempre se passavam em cenários e mundos fantasiosos, direto de livros de Tolkien e mitologias medievais. Isso se deve em grande parte à origem dos jogos de RPG tradicionais de mesa, que costumam se passar nesse tipo de ambiente com elfos, anões, dragões e cavernas gloriosas, repletas de perigos. Porém, o gênero conseguiu quebrar esse estereótipo, com grandes sucessos sendo ambientados em outros tipos de ambientes.
Um último comentário sobre os jogos de RPG é com relação à perspectiva de câmera. Tradicionalmente, os jogos de RPG possuem uma perspectiva em terceira pessoa, porque ela permite uma visualização dos personagens que o jogador controla e estabelece uma relação de empatia entre eles. Além disso, a câmera aberta facilita a tarefa de exploração. Porém algumas franquias passaram a utilizar a visualização em primeira pessoa, para dar um maior senso de imersão dentro do mundo do jogo. Os avatares criados nesses jogos costumam ser customizados por completo, desde a roupa até as feições do rosto, e funcionam como uma “casca vazia”, na qual o jogador pode se representar dentro do mundo. Normalmente os personagens principais deste jogo possuem pouca ou nenhuma história de contexto e as ações do jogador é que definem a sua personalidade.
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