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arrow_back Aula 05 - Estética e Interface

Dicas finais para construir a interface

A interface é algo muito particular de cada jogo: depende do tema, estilo estético, das informações que serão exibidas e dos comandos possíveis de se realizar. A relação desses elementos costuma ser bastante específica para cada jogo e, de fato, não existe uma interface padrão que se encaixe perfeitamente para qualquer jogo.

Porém, existem ações que o designer pode adotar para criar uma interface mais amigável ao usuário. Um dos principais pontos é o uso de padrões de interfaces para jogos de gênero similar ao desenvolvido. Pense, por exemplo, em um jogo FPS: apesar de cada interface ter detalhes específicos do jogo, a forma geral dela segue um modelo estabelecido pelos primeiros jogos de sucesso do gênero. Uma das principais vantagens de se usar padrões já estabelecidos é a familiaridade do jogador com a interface: ele já conhece e já se ambienta mais fácil se o jogo lhe é, de algum modo, familiar. Se você implementa uma interface padrão, o jogador já sabe que vai se movimentar com o teclado, usar o mouse para movimentar a câmera e atirar, usar o botão direito para ações secundárias (mira ou granada), espaço para pular, etc. Os principais aspectos que devem ser observados em jogos de sucesso de um gênero específico são a câmera utilizada, esquema de controle e informações exibidas na tela para o jogador.

Um outro aspecto importante de se ressaltar é a navegação da interface: deve-se sempre evitar a criação de interfaces profundas, ou seja, que exigem várias interações para se chegar a uma tela ou ação específica. O mais rápido que o jogador chegar em qualquer ponto do jogo, melhor. Existe uma regra clássica de interface com usuário a qual diz que qualquer ação do sistema ou aplicativo deve ser acessível a no máximo três cliques ou interações. Se uma opção precisa de cinco cliques para ser atingida, é bem provável que o jogador nunca chegue a utilizá-la (ou descobri-la).

Outro ponto de interesse é o dispositivo de controle físico que o jogador utiliza. O uso de mouse e teclado é bem diferente do uso de um controle, e é importante que a interface seja bem-adaptada para ser operada pelo dispositivo alvo, ou que ela seja feita de forma flexível e possa ser adaptada a vários tipos de dispositivos. Uma boa prática é permitir que o usuário configure os comandos relacionados às mecânicas para um esquema de controle que lhe atenda: com essa flexibilidade é mais provável que você agrade a um número maior de jogadores. O mesmo vale para a câmera do jogo: dependendo do tipo de câmera que for utilizado, é interessante permitir que o usuário tenha um determinado nível de controle, seja do zoom sobre a posição que a câmera fica, alternar entre diferentes modos de câmera (muito comum em jogos de corrida) ou permitir uma movimentação livre da câmera, associando o controle dela a um eixo do controle, teclado ou mouse.

Outro ponto importante é o cuidado com interfaces poluídas: se o jogo apresenta muitas informações importantes, jogar todas na tela pode desequilibrar sua interface e reduzir o espaço de visualização do mundo do jogo. Nesses casos, é preferível que se adote uma estrutura de submenus e se coloque apenas os botões iniciais para acessar as abas de informações. Embora isso aumente a profundidade da interface, é uma solução que permite o desenvolvimento de uma tela principal mais simples. A implementação de hotkeys ou teclas de atalho podem ajudar a reduzir problemas de navegação nesses casos.

Bom, era o que tínhamos para hoje! Então, que tal começar a rascunhar a interface do seu jogo?

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