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A chave de partida direta tem seus componentes dimensionados para atender às cA chave de partida direta tem seus componentes dimensionados para atender às características dos contatores, citados na aula em que falamos sobre os componentes utilizados para comandos elétricos. Para facilitar seu entendimento sobre o dimensionamento dessa chave, é importante que você esteja atento as especificações a seguir.
O primeiro passo para dimensionar corretamente os componentes da chave de partida direta será definir a corrente nominal do motor. Para tal, utilizaremos como exemplo o acionamento de um motor de indução trifásico de 5 cv, 02 polos e com as seguintes características: rotor gaiola de esquilo, alimentado com uma tensão de 380 V, na frequência de 60 Hz, o fator de potência é de 0,9, o rendimento é de 80%, o fator de serviço do motor é 1.15 e o valor de Ip/In equivale a 5.
Normalmente o valor da corrente nominal do motor vem explícito na plaqueta fixada no seu corpo. No entanto, se esta plaqueta não existir mais, é possível se obter o valor da corrente aplicando-se a seguinte equação:
$$In = \frac{P(W)}{\sqrt{3} \cdot V \cdot FP \cdot ɳ}$$Onde:
In - Corrente nominal do motor (A);
V - Tensão nominal do motor (V);
FP - Fator de potência do motor;
η - Rendimento do motor (decimal).
Assim, aplicando essa fórmula, podemos obter a seguinte corrente nominal para o motor usado como exemplo:
$$In=\frac{5\cdot736(W)}{1,73\cdot380\cdot0,90\cdot0,80}$$ $I_{n}=7,77 A.$Depois de obtermos a corrente nominal do motor, passaremos para o cálculo da corrente de trabalho “Ie” dele. Essa corrente está relacionada ao valor da corrente nominal calculada anteriormente; ao valor de uma parcela de corrente referente ao “fator de serviço” do motor; e a um acréscimo de 5%.
Sendo assim, a corrente de trabalho será calculada pela seguinte equação:
$$I_{e}=In+ I_{FS}+5\%$$De acordo com a definição, o fator de serviço diz respeito a uma adição na potência do motor disponível, isto é, a um acréscimo que deve ser utilizado sem que haja prejuízo da vida útil do motor. Desse modo, o termo “IFS” dessa equação representa esse acréscimo na corrente nominal. Então, para o motor usado como exemplo, temos um aumento de potência de 15%, o que corresponde ao aumento de igual valor na corrente.
$$I_{e}=7,77 + ((7,77\cdot15/100 )+((7,77+ (7,77\cdot15/100) \cdot 5/100)$$ $$I_{e}=7,77+ 1,16 +0,44$$ $$I_{e}=9,37 A$$Uma maneira simplificada para se fazer o cálculo da corrente de trabalho é multiplicando a corrente nominal pelos percentuais do fator de serviço e pelo percentual de 5%, ou seja:
$$I_{e}=7,77\cdot1,15\cdot1,05$$ $$I_{e}=9,38 A$$O valor de 5% no acréscimo da corrente de trabalho se dá porque a legislação da Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL permite que a tensão fornecida a uma unidade consumidora possa sofrer uma variação de até 5%.
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