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arrow_back Aula 04 - Infraestrutura de suporte aos cabos

Instalação dos cabos

As canaletas de PVC facilitam muito o trabalho de lançamento dos cabos, a maior preocupação é garantir o melhor acondicionamento possível desses cabos na própria canaleta, bem como com o seu manuseio ao longo dos procedimentos de lançamento e instalação.

Antes de se lançar os cabos, é necessário preparar as chamadas estruturas de passagens que acomodarão e protegerão nossos cabos UTP. Em pequenas redes, as estruturas de passagens também pedem ser chamadas de infraestrutura horizontal, caso haja apenas um pavimento.

Mas, inicialmente, é necessário fazer um completo planejamento do traçado do cabo, visando evitar curvas excessivas e locais desfavoráveis, como paredes úmidas, proximidades com reatores de lâmpadas fluorescentes, motores, exposição a temperaturas elevadas e à luz solar direta.

As EMI (Eletro Magnetical Interference – Interferência Eletromagnética) merecem uma atenção especial, pois são invisíveis e em nada atrapalham o lançamento dos cabos. Elas só se farão realmente presentes quando os cabos metálicos estiverem em uso na rede, por isso, evite sempre a proximidade com motores e também equipamentos que demandem correntes mais elevadas, acima de 20 Ampéres.

A Tabela 3 traz exemplos de EMI.

 

Tipo de Interferência Faixa de Frequência Fontes
Baixa Frequência 10 KHz a 150 KHz Lâmpadas fluorescentes e aquecedores.
Média Frequência 150 KHz a 100 MHz Rádios, dispositivos eletrônicos e esterilizadores de ar.
Alta Frequência 160 MHz a 1 GHz Rádio e televisão, computadores, dispositivos eletrônicos, sensores de movimento e radares.
Impulso 10 KHz a 100 KHz Motores comutadores, máquinas de solda e ignição eletrônica.
Tabela 3 – Exemplo dos tipos de EMI e suas faixas de frequências
Fonte – Centro de Computação da UNICAMP, GCNET – Gerência de Conectividade.

 

Para evitar as EMI, mantenha os cabos a uma distância de, pelo menos, 1,2 m de motores e transformadores e 12 cm de lâmpadas fluorescentes e seus reatores.

A rede de dados e a de energia elétrica podem conviver bem juntas, desde que tenham, pelo menos, um septo separador entre os cabos de dados e os de energia elétrica e que esta tenha um circuito elétrico com corrente inferior a 20 A.

O calor e a exposição à luz solar direta danificam, irreversivelmente, os cabos ao longo do tempo. O primeiro provoca dilatação nos condutores metálicos, aumentando sua resistência, impedância e degradação dos elementos isolantes, enquanto que o segundo provoca um ressecamento na capa de proteção externa e, com o tempo, acaba expondo os pares dos condutores. Já a umidade pode ser considerada como o mais curioso agente danoso entre todos, pois afeta não só os contatos metálicos, oxidando-os, mas, também, o substrato (parede, teto, madeira etc.).

Os cabos de fibras óticas são mais resistentes e bem menos suscetíveis a interferências indesejadas, se comparados aos metálicos. Entretanto, assim como os metálicos, são vulneráveis à umidade, pois, com o tempo, essa pode gerar uma opacidade nas fibras, causando atenuação do sinal luminoso, que, nas fibras óticas, chama-se Perda de Inserção.

E por falar em umidade e substrato, devem-se evitar paredes que em seus rebocos tenham areia de praia, tabatinga e barro, tão comuns em construções no nosso Estado.

Outro enorme inconveniente é um esquisitíssimo reboco feito com barro e cal. Essa associação de um elemento de baixíssima granulometria (tamanho físico dos grãos minerais que participam da composição do barro) a outro altamente higroscópico (que absorve umidade com grande facilidade) é perfeita para não durar, pois enquanto a cal absorve a umidade do ar (observe que não estamos falando de infiltração) o barro a distribui. A consequência disso é tijolo aparente e nossas canaletas soltas das paredes e presas pelos cabos. Deveria ser justamente o contrário.

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