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arrow_back Aula 04 - Infraestrutura de suporte aos cabos

Conectorizações e crimpagens - pt.2

A operação de crimpagem do RJ45 macho requer, obrigatoriamente, um alicate especial para essa finalidade, por isso, é bom comprar logo um.  E por falar em comprar, aproveita e compra também um decapador.

Vamos aos procedimentos de conectorização:

  1. Tenha em mente que padrão de pinagem ou configuração de fios você vai usar, o mais comum é o T568A, enquanto que o T568B está em desuso.

    As imagens da Figura 3 exibem, de forma bem intuitiva e prática, os principais padrões usados em redes Ethernet, sem aquela confusão de quem liga com quem que estamos acostumados a ver.

    Orientação para conectorização com os padrões T568A (esquerda) e T568B

    É bem simples, observe:

    A imagem da esquerda é do padrão T568A, que é o principal padrão usado e consagrado mundialmente.

    Se houver a necessidade de fazer um cabo sem cruzamento algum (straight through), utilize o T568A nas duas pontas.

    Esse tipo de cabo funciona em redes 10Base-T, 100Base-TX, 100Base-T4, 1000Base-T e 1000Base-TX, ligando dois equipamentos de tipos diferentes, ou seja, de switch para placa de rede.

    A segunda imagem é do padrão T568B, que está em desuso. Note, entretanto, que esse padrão é, também, o Half Cross (cruzamento parcial) do T568A.

    Para fazer um cabo com cruzamento parcial, utilize o T568A numa ponta e o T568B na outra. Esse tipo de cabo funciona em redes 10Base-T e 100Base-TX ligando dois equipamentos de mesmo tipo, ou seja, de placa de rede para placa de rede, por exemplo.

    Se desejar fazer um cabo com cruzamento total, utilize o T568A numa ponta e o padrão da tabela 8 a seguir. Esse tipo de cabo funciona em redes 10Base-T e 100Base-TX, 1000Base-T e 1000Base-TX, ligando, também, dois equipamentos de mesmo tipo, ou seja, entre switches, por exemplo.

    Agora, veja aqui o Quadro 2 com as sinalizações e inversão Cross Over para  1000Base-T e 1000Base-TX. Mas saiba de antemão que as placas de rede Gigabit Ethernet já são autosensing com relação ao cabeamento e a inversão da pinagem é feita automaticamente.

    T 568A

    Cross Over

    Pino

    Cor do Fio

    Sinal

        Pino

    Cor do Fio

    Sinal

    1

    Branco do verde

    BI_DA+     1

    Branco do laranja

    BI_DB+
    2 Verde (Par 3) BI_DA-     2 Laranja (Par 2) BI_DB-
    3 Branco do laranja BI_DB+     3 Branco do verde BI_DA+
    4 Azul (Par 1) BI_DC+     4 Branco do marrom BI_DD+
    5 Branco do azul BI_DC-     5 Marrom (Par 4) BI_DD-
    6 Laranja (Par 2) BI_DB-     6 Verde (Par 3) BI_DA-
    7 Branco do marrom BI_DD+     7 Azul (Par 1) BI_DC+
    8 Marrom (Par 4) BI_DD-     8 Branco do azul BI_DC-
    Quadro 2 – Padrões de conectorização e suas sinalizações.
    Fonte: Redes de Computadores, Curso completo de Gabriel Torres, com alterações.
  2. Desencape, aproximadamente, 2,5 cm de cabo. Para isso, procure usar o alicate decapador. Prenda-o ao cabo, como um alicate, e dê uma volta completa.  Tenha muito cuidado para não atingir os pares de condutores. Caso isso ocorra, regule a altura apertando o parafuso da extremidade e repita o procedimento, descartando o trecho afetado.

    Remova somente a capa de PVC externa, para cabos UTP e FTP. Neste, não remova a fita de alumínio que blinda o cabo, dobre-a para trás por sobre a capa externa. Não desencape os pares de condutores, pois o diâmetro dos canais internos do RJ45 foram projetados para receber os pares de fios com seus isolantes coloridos intactos.

  3. Organize os fios pelas suas cores, de acordo com o padrão a ser adotado.
  4. Nivele os fios. Todos os condutores devem ter o mesmo comprimento.
  5. Insira o cabo com os fios já organizados, em função do padrão escolhido, no RJ45. Esse deverá estar "de barriga para cima", com a tdava voltada para baixo. Nessa posição, com a entdada do conector voltada para você, o pino 1 é o da esquerda. Os condutores deverão "aparecer" por dentro, na frente do conector.
  6. Observe se é necessário cortar um pouco mais os conectores ou a capa de PVC. Se for, faça-o sem problemas e, então, volte a inserir os fios novamente.

    Após a inserção dos condutores, você deve ter desencapado e destdançado, no máximo, 13 mm de fios fora da capa de PVC em cabos Categoria 5e e somente 6 mm em cabos Categoria 6. Acima disso, será possível a ocorrência de fenômenos indesejados, como o crosstalk (linha cruzada).

  7. Com o cabo e os fios definitivamente posicionados e introduzidos no RJ45, coloque-os no alicate e faça a crimpagem apertando-o até sentir o limitador de final de curso e pronto. Se esta for sua primeira vez, parabéns pela crimpagem.

    Para que sua conectorização tenha uma maior durabilidade, você pode protegê-la com capas de plástico ou de borracha. Lembre-se de colocar as capas de proteção antes de realizar as crimpagens, porque depois, não dá.

    Todo o procedimento de crimpagem aqui descrito serve para cabos com condutores rígidos e flexíveis.

    Mas há um ponto a ser destacado: a norma EIA/TIA 568B só permite line cords e patch cords feitos com cabos cujos condutores metálicos sejam flexíveis. E mais, todos os line cords e patch cords têm que ser devidamente certificados pelos seus respectivos fabricantes.

    Resumindo: quando fizer uma rede, procure comprar seus line cords prontos, certificados e homologados pela ANATEL, isso manterá sua rede dentro das normas e você terá uma possibilidade de dor de cabeça a menos.

    Nem pense em reaproveitar o mesmo ponto de crimpagem e recrimpá-lo. Isso será uma péssima ideia.

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