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arrow_back Aula 05 - Personagens: Design e Princípios de Criação

Design de Personagens

Em termos de visual representação do corpo, podemos identificar os personagens em Humaniformes, Zoomórficos (baseados em Animais), Objetiformes e Criações livres.

Na primeira categoria encontraremos os personagens normalmente alusivos à figura do herói, como Hércules ou Superman, a figura dos deuses e personagens terrestres, em sua maioria. Os vilões não precisam se encontrar necessariamente nesse modelo, a exemplo de Edgar, a barata gigante de Homens de Preto (MIB, 1997), os Tallon Metroids (na franquia Metroid) ou os Dobkeratops (de R-Type), mas costumam ser distorções do figurativismo humano, como vemos no T-800 (Exterminador do Futuro), em Brainiac (em Superman) ou no Pyramid Head (Silent Hill), entre outros.

Nas proporções advindas do cânone grego, a figura humana costuma ter 7 a 7,5 cabeças de altura e proporções regulares, enquanto personagens menores, como anões e hobbits, terão proporções diferentes, que lhes conferem um perfil mais robusto ou frágil. Os heróis tendem a ter proporções maiores, com até 8,5 cabeças de altura e detalhes exagerados, como peitoris estufados e pernas desproporcionalmente maiores e musculosas, que passam a imagem de solidez e força. Os monstros serão ainda mais desproporcionais, para demonstrar poder implacável e ferocidade.

Os personagens zoomórficos são comuns em animações e na cultura japonesa, como visto no desenho animado Thunder Cats, as Tartarugas Ninjas, personagens Disney e Oolong, o porco de Dragon Ball ou em games como Jak e Daxter, Sonic ou certas skins de League of Legends. Muitos vilões são baseados em criaturas e animais terrestres como os Space Invaders (criaturas marinhas), Bowser (de Super Mario Bros.), Cthulhu (H.P. Lovecraft) ou Tiamat (deusa das mitologias babilônica, sumérica e hebraica, ou a personagem da Caverna do Dragão).

Os personagens baseados em objetos são, normalmente, “humanizações” de coisas cotidianas, como é possível ver na animação A Bela e a Fera, da Disney, extremamente rica em humanização de objetos. Carros, da Disney/Pixar também é um bom exemplo. Os robôs são também classificados nessa categoria e encontramos personagens como Big Daddy, de Bioshock, os Transformers, R2D2 e C3PO, de Star Wars, Talos, o Colosso de Bronze, criatura mitológica encontrada na série God of War e os Mech Warriors, entre outros. Essas criaturas não precisam seguir nenhuma regra efetiva de proporção, pois suas formas podem ficar mais extravagantes e/ou divertidas com os exageros visuais, como é possível perceber em Bender, robô da animação Futurama, Wall-E, Gundam e os robôs-vilões de Megaman.

Os personagens criados de forma abstrata e livre não são necessariamente inspirados em elementos reconhecíveis. Alguns Pokémons e seres construídos em Spore são exemplos de criaturas híbridas ou disformes. Em alguns casos, ainda que não se assemelhem a nenhuma referência, podem ser extremamente carismáticos como os Puffles, de Club Penguim, Kirby, Super Meat Boy, Om Nom, de Cut the Rope ou o príncipe de Katamari Damachy.

Mas há as criaturas que, diferentemente, mostram-se desagradavelmente impactantes, como o Dunwich Horror, dos contos de H. P. Lovecraft, as feiticeiras vagamente humanas Koume and Kotake, de The Legend of Zelda: Ocarina of a Time, as Cubus Sisters, de The Legend of Zelda: Phantom Hourglass, os Crab Synth, de Half Life 2 e Amalgam Alpha, de The Evil Within.

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