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Antes de conhecer suas possíveis profissões, vamos falar dos locais nos quais você poderá trabalhar. O mercado de jogos é composto por vários tipos de empresas, que desempenham papéis diferentes dentro do processo de produção e venda de um jogo. E nem me venha com história de que “gostaria de trabalhar era numa locadora, jogando o dia todo”!
Bom, para começo de conversa, existem as empresas que fazem os consoles de videogame.
Estamos falando das grandes empresas que dominam o mercado, como Nintendo, Sony e Microsoft. Elas são responsáveis por fazer as plataformas em que jogamos (falaremos mais sobre as plataformas na próxima aula!) e os construtores do hardware onde nossos jogos rodam. E não estamos restritos apenas às empresas de videogame: NVIDIA, AMD, Intel e outras empresas que fazem as peças do seu computador Gamer também se enquadram nesse grupo. A diferença é que, como os videogames são componentes fechados (você não pode simplesmente abrir e sair trocando as peças, ou pelo menos não deveria), os jogos devem ser feitos sob medida para eles, isso implica que para poder fazer um jogo de console, é necessário:
O segundo fator é de certa forma amenizado com o uso de ferramentas específicas para desenvolvimento de jogos, chamados motores de jogos. Sobre os motores, vocês saberão mais sobre isso nas próximas aulas! Por enquanto, basta saber: o motor é uma ferramenta que deixa o desenvolvimento de jogos muito mais fácil. Mesmo assim, caso deseje fazer um jogo para o Playstation, você precisará de uma autorização da Sony e de um Playstation modificado para realizar os seus testes. Assim, as empresas desenvolvedoras das plataformas dispõem de forte controle sobre o processo de produção e comercialização dos jogos.
Bom, tendo o videogame, precisamos agora de empresas que façam os jogos. Aqui estamos falando do software, a aplicação que roda em cima do hardware construído pelos fabricantes de consoles. Essas empresas são as responsáveis por criar mundos fantásticos e transformá-los em objetos 3D, fases complexas e momentos de pura diversão! No início, o desenvolvimento era feito pelos próprios fabricantes dos videogames, mas isso obrigava as empresas a terem um conjunto bastante diversificado de funcionários. Na medida em que mais jogos precisavam ser feitos, a empresa teria a necessidade de contratar equipes cada vez maiores de desenvolvimento, o que geraria um enorme custo para a empresa.
Com as empresas de desenvolvimento sendo parceiras externas, cada uma paga os salários de seus próprios funcionários, e através de acordos e licenças, um fabricante de console pode ter várias empresas de desenvolvimento trabalhando em diversos títulos simultaneamente. Com uma oferta maior de jogos, maior o lucro para todos, principalmente para a fabricante do console, que ganha uma parte das vendas sem precisar escrever sequer uma linha do código do jogo! Mas tudo bem, sem o videogame, não adiantava nem ter feito o jogo, não é verdade?
Bom, parece que com apenas desenvolvedores de jogos e consoles já resolveríamos o problema, não acham? Mas, vejamos: um fabricante de consoles gerenciar tantos contratos com empresas de desenvolvimento pode ser algo trabalhoso. Eu diria muito trabalhoso, pois existem empresas que fazem esse papel de intermediário entre os fabricantes de console e empresas de desenvolvimento, os publishers, ou editoras. Os publishers ajudam as empresas de desenvolvimento na produção do jogo (seja de um ponto de vista gerencial ou até mesmo metendo a mão na massa) e na realização das ações de marketing, como divulgação de informações, propagandas e eventos para promoção do jogo.
Grandes publishers normalmente desempenham vários papéis no mercado: podem ter uma equipe de desenvolvimento própria, sendo responsáveis pelos seus próprios títulos, bem como podem contratar equipes para desenvolver os títulos de forma isolada, prestando um apoio logístico. Uma vantagem para os fabricantes de console é que ele pode se ater a negociar apenas com alguns publishers, sem precisar fechar contratos com dezenas de empresas. E o publisher ganha o seu dinheiro viabilizando a produção de jogos para os consoles. Ora, até mesmo alguns fabricantes de consoles criaram publishers próprios para facilitar a vida, como é o caso da Sony Computer Entertainement e da Nintendo.
Esses são os três principais tipos de empresas existentes no mercado de jogos. Mas vale uma observação: os fabricantes de consoles normalmente querem títulos que se encaixem em um determinado padrão de qualidade. De fato, é comum que os fabricantes de consoles não aceitem qualquer empresa para trabalhar com eles, dando preferência a empresas conhecidas e de renome, ou que já realizaram trabalhos conjuntos anteriormente. Isso faria com que existisse um grande monopólio por parte de grandes desenvolvedores e pouca chance para novas empresas. No entanto, não é isso que devemos observar, pois várias empresas menores (indies) conseguem publicar e vender jogos sem necessariamente estar atrelada a um grande console do mercado. Como isso é possível? Existe mais um papel para a nossa lista, as empresas que vendem/distribuem os jogos.
Essas empresas vão desde lojas físicas (como supermercados com seção de jogos ou empresas exclusivas para produtos de jogos e videogames) até lojas de distribuição de produtos virtuais com distribuição de conteúdo online. Essas empresas permitem que pequenos estúdios distribuam o jogo diretamente através delas, permitindo, assim, que pequenas empresas concorram de forma justa no mercado. Ora, com a internet, a empresa pode até mesmo montar um esquema próprio de distribuição, colocando o jogo para ser baixado em servidores próprios para quem quiser comprar (tendo o devido cuidado com hackers e evitar que no outro dia já esteja no site de torrentes!). A popularidade de lojas online cresce rapidamente devido à praticidade, tanto para quem compra sem sair de casa e pode baixar o jogo na hora, como para os produtores, que não precisam mais se preocupar em produzir milhões de CDs, DVDs, Blu-rays e Cartuchos de jogos, com caixas estilizadas. Esse deixa só para os colecionadores mesmo.
Ainda existem vários tipos de empresas que podem entrar no mercado, como assessoria jurídica e marketing, caso as empresas de jogos não tenham setores próprios para isso; empresas de teste externas, para participar dos testes finais dos jogos e detectar problemas nas fases de produção; e empresas especializadas na parte de efeitos sonoros, dublagem e/ou música, etc. O importante é você saber que o mercado de jogos não se faz apenas com um tipo de empresa, mas com a interação de várias!
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