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arrow_back Aula 03 - Cenário Atual dos Jogos

1. O Mercado de Jogos Digitais

1.1 E no Brasil?

Para sabermos como é o mercado de jogos no Brasil, em 2014 foi realizado um estudo pelo GEDIGames, a pedido do BNDES, acerca do panorama da nossa realidade. A ideia era entender o mercado de jogos nacional e avaliar se a área constituía-se como de interesse para o desenvolvimento de iniciativas que a fomentassem. E os dados acompanham as tendências mundiais, tanto no perfil do jogador como na fatia de participação: em 2015, o Brasil consumiu cerca de um bilhão de dólares em jogos e acessórios relacionados, e essa participação só tende a aumentar.

Então, existem empresas brasileiras que ganham dinheiro com isso, ou estamos apenas comprando coisas lá de fora? A resposta é SIM, elas existem! Porém, essas empresas são em sua maioria de pequeno a médio porte, focadas em nichos específicos de mercado. Os grandes polos nacionais de produção de jogos estão em São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Curitiba e Pernambuco. Que tal adicionarmos o Rio Grande do Norte a essa lista?

Mas não se enganem, mesmo com esse cenário, existem empresas brasileiras produzindo grandes títulos, inclusive sendo premiados em festivais internacionais. São os casos de Aritana (empresa Duaik) e Toren (empresa Swordtales), jogos com um padrão de qualidade que não fica atrás de grandes títulos da indústria.

Na imagem, grandes produções brasileiras, como o jogo Aritana (a), que conta as aventuras de um bravo índio em uma jornada para salvar sua tribo. Em b) Toren, uma superprodução nacional sobre as aventuras de uma jovem garota na luta pela humanidade.

Entendo que cabe aqui um comentário sobre essa questão dos jogos quanto ao seu valor de produção. Jogos como FIFA, GTA e Assassin’s Creed, produzidos por grandes empresas, atingindo valores altíssimos de produção (e consequentemente possuem alto padrão de qualidade) são conhecidos como AAA ou Triple-A. Jogos que são produzidos a custos mais baixos, normalmente por empresas menores e iniciantes, são classificados como indies. Um jogo ser indie não significa que ele é de baixa qualidade (até porque, como vocês estudarão na disciplina de design de jogos, boa parte da qualidade do jogo é determinada pela forma como você joga, e não por gráficos), significa que o seu custo de produção é inferior ao patamar alcançado por jogos produzidos em empresas mais tradicionais e estabelecidas no mercado. Isso também costuma se refletir no preço de venda, com jogos indies variando entre 10 a 50 reais, e jogos AAA em patamares de 100 a 200 reais.

Um último ponto a se discorrer sobre o mercado de jogos é a questão da comercialização dos jogos. Atualmente existem diversas formas de se obter um jogo e pagar por ele. A forma mais tradicional é através da compra de uma unidade física do jogo, como um DVD ou cartucho. Porém, com o avanço da velocidade de conexão da internet de modo global, novas formas de distribuição passaram a oferecer uma opção vantajosa para os jogadores. Serviços de distribuição online, como o Steam, Origin e GOG, permitem que o jogador compre jogos e os adicione a bibliotecas online. No momento em que o jogador desejar, ele realiza o download, instala o jogo em seu computador, podendo sincronizar seus dados com sua conta online. O jogador pode instalar e desinstalar o jogo a qualquer momento, porque ele sempre estará presente em sua biblioteca online. Uma vantagem dessa forma de distribuição é que o jogador não necessita comprar uma cópia física, baixando o jogo diretamente de um servidor na internet. Isso implica em menos custos para o desenvolvedor do jogo, que não precisa mais fabricar todas as cópias físicas do jogo, com caixinhas, manuais e DVDS (correndo o risco de não vender). Essa opção também se tornou disponível para videogames com a criação de redes próprias para cada console, como a Xbox Live (Xbox) e a PSN (Playstation).

Principais distribuidores online de jogos. a) STEAM, b) GOG e c) Origin.

Existem outros modelos de comercialização que envolvem a entrega do conteúdo do jogo por partes, de forma episódica. Isso pode ser feito através de vários jogos, ou de conteúdos adicionais ao jogo original, intitulados DLCs (Downloadable Content), que provêm uma expansão ao jogo original, normalmente na forma de novas histórias e missões a serem cumpridas. Vários jogos também são disponibilizados de forma gratuita, capitalizando em cima de propagandas contidas no jogo ou através de microtransações. Jogos online costumam trabalhar em um esquema de assinatura, em que o jogador paga uma taxa mensal para acessar um servidor com o conteúdo do jogo. Seja qual for o modelo desejado, você deverá ganhar um dinheirinho com o seu jogo, certo?

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