Armazenamento em camadas

Na seção anterior, vimos que as unidades SSD são as mais velozes em operações de leitura/escrita, mas também possuem maior preço e menor capacidade de armazenamento. Soubemos, ainda, que há aplicações demandando grandes volumes de operações de leitura e escrita de dados, como um Sistema Gerenciador de Banco de Dados (SGBD), e aplicações nas quais o mais importante é a maior capacidade de armazenamento, como sistemas de backup (cópias de segurança).

Pensando em balancear o uso dos dispositivos de armazenamento com diversos tipos de HD e SSD, os engenheiros de computação desenvolveram o modelo de armazenamento em camadas. Nesse modelo, além dos diversos tipos de dispositivos e equipamentos presentes no Data Center, os projetistas também consideram o armazenamento dos dados em nuvem, principalmente devido à questão da redundância em um outro local físico.

O modelo de armazenamento em camadas utiliza diferentes níveis (camadas ou tiers, como alguns autores dizem) de dispositivos de armazenamento, cada nível privilegiando desempenho ou capacidade, para atender aos diferentes requisitos das aplicações e usuários.

A Figura 2 apresenta um diagrama geral desse modelo com as várias formas de armazenar os dados/arquivos. A primeira camada, a de melhor desempenho, é composta dos discos FC, SAS e unidades SSD. A segunda camada é composta de discos não tão rápidos, mas de alta capacidade, como os discos SATA e as unidades de armazenamento dispostos nos Data Centers da nuvem privada (da própria corporação). A terceira camada é voltada para o arquivamento de informações que não mais serão alteradas ao longo do tempo e pode ser composta das mídias óticas (CD, DVD, etc.), fita, discos de baixo custo e serviços de armazenamento em nuvem pública, como o Amazon S3.

A sigla RAID que aparece na Figura 2 significa Redundant Array of Independent Disks (Conjunto Redundante de Discos Independentes) e representa um esquema de organização de diversos discos em um sistema de armazenamento, de forma a garantir segurança e confiabilidade com base na redundância. Se um disco falhar, o outro continua funcionando normalmente e o usuário não perceberá essa falha.

Pensando nas características de desempenho e capacidade, podemos agora designar para quais tipos de aplicações cada camada poderá ser usada:

• Camada de Desempenho (Tier 1): sistemas de banco de dados, processamento de imagens/vídeos, etc.
• Camada de Capacidade (Tier 2): servidores de rede (e-mail, páginas, arquivos), processamento de dados textuais, etc.
• Camada de Arquivamento (Tier 3): servidores de backup, arquivamento de históricos, etc.

Esse modelo de camadas também facilita o entendimento e a especificação dos equipamentos dedicados ao armazenamento de dados, sobre os quais falaremos na próxima seção.