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arrow_back Aula 08 - Identificação e Documentação

Documentos

Vamos organizar os documentos por ordem de criação, independente de eles serem obrigatórios ou complementares. Seguir a ordem que apresentaremos aqui vai facilitar a vida de quem tiver que produzir e entregar os documentos técnicos de uma rede.

Inicialmente, visite o imóvel que receberá a rede para poder elaborar um rascunho da estrutura de cabeamento, computadores, servidores, impressoras, racks (armários de telecomunicação), no-breaks e outros equipamentos.  Se for possível fotografar o local, certamente será melhor, mas seja prudente e educado e peça autorização para fazer as fotos. Aproveitando sua gentileza, prezado aluno, procure estar sempre acompanhado de um representante do seu contratante.

O primeiro documento é o Layout da rede. Esse documento não é obrigatório, mas ajuda muito a fazer todos os outros documentos que vêm a seguir. Ele é, portanto, o ponto de partida.

No Layout da rede, é importante identificar os armários de telecomunicação, popularmente conhecidos como racks, os servidores, os equipamentos ativos e passivos e a conexão externa, normalmente uma VPN dedicada ou acesso à Internet. 

Aproveitando esse mesmo layout, podemos agregar um pouco mais de informações preliminares como o nome do setor que abriga um armário de telecomunicação, o número da sala, o pavimento e a quantidade de cabos que chegam e saem de cada armário de telecomunicação. Assim, temos na Figura 7 o nosso primeiro documento.

<span class='italico'>Layout</span> da rede. Esse  primeiro documento ajudará na criação dos outros.

Antes de apresentarmos o primeiro documento obrigatório, cabe apresentar o mais facultativo de todos os documentos complementares, o “Esquema da Rede Estruturada”. Esse esquema é de valor complementar para o seu contratante porque as informações que ele apresenta não dizem respeito diretamente ao projeto. Na realidade, esse esquema serve como um sumário visual das principais partes componentes de um sistema de cabeamento estruturado.

De acordo com o interesse do seu cliente, você pode entregá-lo esse esquema. Se resolver não apresentar esse esquema, tenha em mente que não fará muita diferença técnica. Veja que se futuramente uma outra pessoa ou empresa precisar assumir a manutenção dessa rede que você fez, certamente, terá o conhecimento técnico para tal e, consequentemente, conhece o esquema de rede. Certo? Bem, nem sempre, não é mesmo? Então faça o seguinte: apresente mais esse documento complementar que pode ser melhor conhecido na Figura 8 a seguir.

Esquema do cabeamento estruturado da rede.

Aproveitando a própria Figura 8, vamos apresentar alguns conceitos baseados na norma ABNT NBR 14565:2019. A imagem da Figura 8 representa a rede de um imóvel de dois pavimentos, o térreo e o primeiro andar. Vamos nos ater a este último pavimento, inicialmente. Nele, podemos ver um desenho de um retângulo com a inscrição SET (Sala de Entrada de Telecomunicações) dentro. Isso indica que o cabo de acesso externo de comunicação, seja uma LPD (Linha Privativa de Dados) ou outro meio para outro tipo de conexão, entra direto no primeiro pavimento. Essa situação é mais comum quando tal cabo vem por via “aérea”, preso aos postes. Isso evita pelo menos duas curvas a mais no cabo e ainda reduz seu comprimento linear, diminuindo a atenuação do sinal.

Todo cabo ou mídia física de comunicação externa, tanto para um simples acesso à Internet quanto para fazer uma interligação entre prédios diferentes, deve entrar pela Sala de Entrada de Telecomunicações.

Normalmente, esses equipamentos são um bridge multiplex (multiplexador), um bastidor óptico e conversores de mídia, se necessário.  Procure deixar o roteador, se for o caso, na SEQ (Sala de Equipamentos), representada na Figura 8 por um círculo com linhas mais espessas. Na SEQ, é possível colocar equipamentos de telecomunicação e comunicação em rede, sejam ativos ou passivos, tais como patch panels, switches, roteadores, alguns UPS e outros.

Cada círculo com linhas mais delgadas, contendo a inscrição AT dentro indicam os Armários de Telecomunicação, mais popularmente conhecidos como racks. Nesses armários, devemos instalar os equipamentos padronizados em 19 polegadas e, eventualmente, outros equipamentos menores montados sobre bandejas. O rack abriga switches, patch panels, guias de cabos, além de uma grande quantidade de outros equipamentos utilizados em uma rede de computadores.

A última sigla da Figura 8 é PT, que significa Ponto de Telecomunicação.  Esse ponto representa as tomadas da área de trabalho, ou seja, aquelas tomadas que ficam nas salas, onde plugamos os line cords ou adapter cables e então os ligamos às interfaces de rede dos computadores ou outros utilizadores como impressoras em rede e telefones VOIP.

Observe que os pontos de telecomunicação se ligam aos armários e esses à sala de equipamentos. Esta recebe as conexões dos armários distribuídos na rede e as liga ao seu armário principal, normalmente chamado de AT01. Esse armário também recebe a linha de comunicação, que entrou pela sala de entrada de telecomunicações, e a liga à rede.

Depois de dois documentos complementares, chega, enfim, o momento de fazer nosso primeiro documento obrigatório, o Diagrama Unifilar de Tipo 1(Figura 9).

Diagrama Unifilar Tipo 1.

 

Esse documento mostra de forma simplificada os pavimentos do imóvel com as localizações dos armários de telecomunicação. Além disso, são mostrados a sala de equipamentos (SEQ) e o Distribuidor Geral de Telecomunicações, que interliga todos os cabos primários de primeiro nível.

Além do DGT (Figura 9), também podemos ter outros conceitos como DI — Distribuidor Intermediário, que interliga cabos primários de primeiro nível e cabos primários de segundo nível. Um exemplo de distribuidor intermediário é um armário de telecomunicação que esteja fazendo uma interligação ou transição de mídia entre o backbone vertical e o horizontal em um grande prédio. A transição de mídia é chamada de PTC (Ponto de Transição de Cabos). Mas também é possível que o PCC (Ponto de Consolidação de Cabos) também represente um ponto de transição de mídia, no qual o tipo de cabo é mudado.

Dependendo da interligação horizontal, podemos ter um SC (Sistema Campus), que é a interligação aérea ou subterrânea entre dois prédios diferentes. Essa interligação tem que ser feita com cabos de fibra óptica. Dessa forma, também podem representar um backbone horizontal. Também existem os Distribuidores Secundários (DS) que fazem a interligação entre um cabo primário de primeiro ou segundo nível com um cabo secundário.

Mas, voltando ao Diagrama Unifilar Tipo 1, também podemos perceber um esquema simplificado do cabeamento da rede. Veja que os cabos saem da SEQ/DGT, vão para os armários de telecomunicações (AT), que nesse caso também atuam como DS, e de lá seguem para as tomadas de telecomunicação da área de trabalho, também conhecida pela sigla ATR (Área de Trabalho).


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