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Ao estudarmos sobre a arquitetura da Internet, vimos que o seu crescimento e popularização ocorreram de forma bastante acentuada. Uma das principais consequências desse rápido crescimento foi o consumo e o consequente esgotamento dos endereços IPv4.
A versão de protocolo utilizada, desde aquela época até os dias atuais, é a 4, frequentemente referida com o nome do protocolo de IPv4, como estudamos em aulas anteriores. Apesar de essa versão se mostrar muito robusta (sendo utilizada até hoje) e de fácil implantação, sua concepção original não previu alguns aspectos, como o crescimento das redes e um possível esgotamento dos endereços IP; o aumento da tabela de roteamento; os problemas relacionados à segurança dos dados transmitidos; e a prioridade na entrega de determinados tipos de pacotes.
Relembremos, agora, o esquema de endereçamento do IPv4: sua especificação reserva 32 bits para o endereço IP, o que possibilita gerar mais de 4 bilhões de endereços distintos. Inicialmente, esses endereços foram divididos nas seguintes classes de tamanhos fixos:
Embora essa divisão tenha uma ideia de flexibilizar a distribuição de faixas de endereçamento, ela se mostrou bastante ineficiente, à medida que as redes TCP/IP começaram a crescer em taxas aceleradas. A classe A atendia um número muito pequeno de redes e ocupava metade de todos os endereços disponíveis, enquanto a classe C permitia criar muitas redes, mas com poucos endereços disponíveis. Em outras palavras, ao mesmo tempo em que algumas classes acarretavam desperdícios, as outras não supriam a necessidade de endereços disponíveis. Para exemplificar o problema, imagine que se precise endereçar 300 dispositivos em uma rede. Nessa situação, seria necessário obter um bloco de endereços da classe B, desperdiçando, assim, quase o total dos 65 mil endereços.
Diante desse cenário, a IETF (Internet Engineering Task Force) passou a estudar e discutir medidas objetivando solucionar o problema do esgotamento da faixa de endereçamento do IPv4. Tais medidas já foram estudadas intensamente em aulas anteriores: a implantação do CIDR, a utilização do DHCP e a tradução de endereços de rede (NAT).
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