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Até os anos noventa, as atividades de “manutenção” no Brasil, fora da área industrial, na forma de consertos e reparos, sempre foi uma atividade rentável, praticada pelas oficinas autorizadas ou por profissionais autônomos, tanto nos centros das metrópoles como em bairros da periferia.
Vinte anos antes, ou seja, nos anos 1970, os maiores representantes dessa classe eram os relojoeiros, seguidos pelos “rádios técnicos”, que consertavam os televisores e até se aventuravam em equipamentos mais sofisticados.
Foi a partir dessa atividade exercida por esses profissionais liberais e as pequenas empresas dos anos 1980, que a população tomou conhecimento dos custos de uma manutenção. Embora a maioria da população não conheça o conceito de “hora técnica”, conhece muito bem o “preço para abrir” e/ou o “preço da visita”.
Tanto o “preço para abrir” como a “hora técnica” e o “preço da visita” refletem os custos de venda de uma manutenção. Do ponto de vista do consumidor, se trata de uma manutenção terceirizada. Vamos então falar um pouco desses três preços: preço da hora técnica, preço para abrir e preço da visita.
Preço da hora técnica
Preço da hora técnica é o preço da hora de serviço gasto por um determinado técnico na realização de um serviço. Para os serviços muito especializados nos quais poucos técnicos estão capacitados e residem em centros distantes é que o mercado criou a “hora técnica cheia”, que inclui o tempo de deslocamento do profissional. Por exemplo, na manutenção dos equipamentos de ressonância nuclear magnética (RNM), a hora técnica começa a ser contada logo que os técnicos põem o pé dentro do avião.
Preço para abrir
O preço para abrir não pode ser tomado de forma literal, pois a abertura de um equipamento não justifica tais cifras. Na verdade, o “preço para abrir” diz respeito aos custos indiretos da subsistência da empresa. Você sabe a origem do “preço para abrir”? O preço para abrir nasceu porque os custos desse tipo de uma manutenção estão nos conhecimentos técnicos e não no ato de trocar a peça defeituosa. O problema está no tempo gasto para se encontrar o defeito e não no preço irrisório da peça defeituosa. Uma vez localizado o defeito, se o cliente desistir do conserto, deixando a empresa, fica no prejuízo. Assim, a criação do preço para abrir veio resolver o problema dos orçamentos prévios, em que reside a maior parte dos custos que estão nos conhecimentos e não na troca da peça.
Você se lembra da história da martelada do ferreiro? Não? Pois vou lhe contar agora para “fechar esse furo”.
José desejava desempenar um varão de ferro que ninguém conseguia. Assim, procurou um ferreiro que era especialista em ferro. Este, com apenas uma martelada, desempenou o varão e cobrou R$ 300,00 (trezentos reais) pelo serviço. José achou muito caro e questionou como uma martelada poderia ser tão cara. Foi aí que o ferreiro lhe disse.
- Amigo, eu não estou lhe cobrando a martelada. Estou lhe cobrando pelo conhecimento de onde aplicar a martelada.
Preço da visita
O preço da visita se tornou muito popular com a manutenção in loco dos computadores pessoais. Trata-se de uma composição do preço da hora técnica mais os custos de deslocamento do técnico. É importante informar que a maioria dos defeitos em computadores são os problemas com softwares e as trocas de placas para as atualizações.
Observação: No preço da hora técnica, preço para abrir e preço da visita, deve-se incluir o lucro da empresa para ela subsistir e prosperar.
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