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arrow_back Aula 03 - Princípios de funcionamento do CLP

Linguagem de programação Ladder

Como já mencionado, os diagramas Ladder são bem semelhantes aos circuitos de comando. Considere o diagrama da Figura 10 a seguir, por exemplo. Ele corresponde ao diagrama referente ao circuito da Figura 8. Notou as diferenças e as semelhanças? De imediato, parece que o nosso circuito original (Figura 8) foi rotacionado em 90 graus. Além disso, os símbolos das chaves e solenoides foram substituídos por novos (ver Quadro 1) e as posições dos ramos foram alteradas. É interessante ressaltar que esse programa será executado em um CLP. Dessa forma, os itens de sua descrição são, na verdade, representações das entradas e saídas do dispositivo (com exceção das variáveis internas, como veremos logo mais). Todas as chaves e solenoides físicos do nosso sistema (Figura 7) estão conectados ao CLP, sendo representados via software pelos símbolos do diagrama Ladder.

Em relação às entradas da Figura 10, a dinâmica do sistema é a seguinte: o CLP percebe que a chave S fechou, se um valor de tensão não nulo, padronizado, for observado em seus terminais (normalmente 24V DC), o que resulta na mudança do estado da chave no diagrama Ladder. Em contrapartida, se a entrada for nula (0V), o dispositivo entenderá que a chave está aberta fisicamente. Em relação às suas saídas, quando são acionadas, um valor de tensão padronizado não nulo (normalmente 24 V) é apresentado em seus terminais. Resumidamente, cada chave externa e cada solenoide tem uma ligação física (por meio de fios) e lógica (por meio dos diagramas) com o CLP. Assim, podemos, para simplificar, fazer uma associação direta dos símbolos no diagrama Ladder com os dispositivos externos (chaves e solenoides).

Descrição Simbologia Padrão Simbologia Alternativa
Chave normalmente aberta - NA (Entrada)
Chave normalmente fechada - NF (Entrada)
Solenoide (Saída)  
Quadro 1: Simbologia básica da linguagem de programação Ladder. Fonte: Adaptado de PARKER TRAINING (2005) e Maitelli (2005). Diagrama Ladder para o exemplo da Figura 2.

O termo em inglês Ladder quer dizer escada; como em qualquer escada, ela é formada por degraus (linhas horizontais). Cada degrau define uma operação a ser executada. Porém, precisamos saber qual operação deve ser executada primeiramente. Se estivermos lidando com a linguagem Ladder, o CLP sempre executa o programa da mesma forma: da esquerda para a direita, de cima para baixo - como apresentado na Figura 11, adiante. Perceba que o diagrama da figura 5 apresenta, ainda, um degrau (linha) adicional que não mencionamos. Localizado na parte inferior (última linha horizontal), ele corresponde à identificação do fim do programa (note o END entre as duas barras horizontais). Uma varredura completa do programa (até a linha END) é chamada de ciclo. O tempo de cada ciclo varia de acordo com o fabricante e com o modelo. Obviamente, quanto mais rápido, mais caro é o dispositivo. Por fim, é interessante ressaltar que as saídas físicas do CLP não são atualizadas à medida que o programa é executado. A ideia básica é a seguinte:

  1. Inicialmente, o dispositivo verifica o estado de todas as entradas, salvando essas informações na memória.
  2. Depois, de posse das informações do estado de cada entrada, ele executa o programa e obtém o estado de cada saída. Em seguida, essas informações são salvas na memória.
  3. Ao final (linha END), todas as saídas são atualizadas de uma só vez.
Sentido de execução de um programa Ladder.

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