2. Descobrindo padrões

Você conhece o ditado popular “a beleza está nos olhos de quem vê?” Pois bem, você pode adaptar essa frase para a área da inteligência artificial dizendo que:

A inteligência está nos olhos de quem vê

Ou será que é mais do que os olhos podem ver? :)

O que se quer dizer com isso?

Inicialmente, dizer que o conceito de inteligência é muito relativo. Por exemplo, você pode dizer que um cachorro é inteligente? Sim. Alguns cachorros parecem que entendem o que a gente diz. Por outro lado, eles não conseguem jogar xadrez… mas isso não coloca em dúvida a inteligência do cachorro porque não se espera ver cachorros jogando xadrez! O cachorro é considerado inteligente quando a gente pede algo e ele atende, quando nos acompanha sem precisar usar a coleira, quando sente que você está triste e fica sempre perto de você, ou seja, quando ele se comporta como um “cachorro inteligente”. Se ele começar a jogar xadrez, pelo menos eu não vou pensar “Olha! Que cachorro inteligente!”. Vou imaginar que se trata de um dos alienígenas do filme Homens de Preto... Ou não?

Enfim, o conceito de inteligência está relacionado a uma capacidade ou a um comportamento esperado. Por isso, adapte o ditado popular para dizer que a inteligência está nos olhos de quem vê.

As ferramentas estatísticas, entre elas, o uso de Probabilidade, são muito importantes para criar personagens “inteligentes aos nossos olhos” porque nos ajuda a medir o que o usuário “está esperando”.

Como assim?

Vou dar um exemplo através do jogo que você criou. Sendo você um goleiro e fosse tentar segurar um pênalti de um jogador que bateu praticamente todos seus pênaltis no lado direito do gol, para qual lado você pularia?

Como você é “inteligente”, pularia para o lado direito, não é mesmo? Espera-se, então, que, no jogo, um personagem aja da mesma forma. Caso ele não pule, aos nossos olhos, o personagem não será “inteligente”. O objetivo da IA nos jogos é simular inteligência nos personagens em função do comportamento que o jogador espera deles. Precisa-se, então, fazer com que o goleiro aprenda para qual lado pular em função do padrão de chutes do jogador, e pode-se fazer isso com o uso do conceito de probabilidades.