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Esse compartilhamento do meio físico estava indo bem, mas teve que ser abandonado definitivamente pela ocasião do surgimento da tecnologia Gigabit Ethernet que em um dos seus padrões utiliza todos os quatro pares.
Antes dessa tecnologia, já havia o padrão 100Base-T4 que usava os quatro pares. Esse padrão foi criado para as instalações já existentes com cabos Categoria 3, de forma a sustentar taxas de transferências da ordem de 100 Mbits por segundo.
O padrão 100Base-T4 visava aproveitar a grande quantidade de cabos Categoria 3 já instalados e, assim, evitar novos dispêndios financeiros com a substituição desses cabos. Mas "o tiro saiu pela culatra", pois eram necessários novos equipamentos ativos (HUBs, Switches etc.) e isso onerou ainda mais o então novo padrão que, originalmente, se propunha ser mais econômico.
Com a utilização de todos os pares condutores, não seria mais possível compartilhar o mesmo meio físico com dados e telefonia, em banda básica, sem qualquer alteração do sinal original. Isso representou de imediato uma desvantagem e depunha contra as técnicas de cabeamento estruturado nos quesitos economia e compartilhamento do mesmo meio físico.
Mas, em compensação, todo o planejamento original dos plugues e conectores em seus aspectos físicos e mecânicos foram mantidos e perfeitamente aproveitados. Aí resgatamos o quesito economia. Foram feitas alterações apenas na qualidade das ligas metálicas envolvidas nos contatos.
Perdemos, então, a possibilidade de compartilhar o mesmo meio físico, certo? Errado. Graças às novas tecnologias podemos não só aproveitar os mesmos meios físicos, como também racionalizar o emprego desses.
Considere um cabeamento de uma rede Ethernet com topologia em estrela, capaz de operar facilmente a taxas de 100Mbps. Para isso, utilizaremos um antigo e já defasado cabo UTP Categoria 5e, certificado para funcionar a 100MHz.
Um canal de voz precisa de, aproximadamente, 64Kbps para funcionar. Se compararmos às necessidades da rede Ethernet em 100Base-TX, veremos que essa taxa é irrisória.
Será que podemos aproveitar o mesmo tipo de cabo usado na rede e empregá-lo também para telefonia digital? Certamente que sim. E como será o impacto negativo no desempenho? Mínimo.
Uma consequência boa é que, já que será necessário comprar uma quantidade maior de um mesmo padrão de cabo, naturalmente, obtêm-se descontos.
Ainda não conseguimos resgatar o compartilhamento do meio físico. Será?
Bem, tal compartilhamento não será mais necessário.
Consideremos agora uma rede 1000Base-TX, funcionando a 1 Gbps, em um cabo categoria 6 com largura de banda de 250MHz, operando em full duplex.
Nesse novo cenário, poderemos trafegar com sinais digitais de dados, voz e imagem e ainda utilizar PoE (Power over Ethernet – alimentar eletricamente alguns equipamentos ativos de rede pelo próprio cabo de par trançado) sem problema algum. É possível aplicar controles de bandas para cada tipo de serviço.
Isso resultará em uma rede totalmente integrada, utilizando uma estrutura única de cabeamento de rede, portanto, uma infraestrutura de cabeamento verdadeiramente estruturado.
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