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Nossas últimas reflexões levaram-nos a perceber duas concepções de definição da EaD, ambas relacionadas a importantes paradigmas vivenciados nessa modalidade: os cursos por correspondência, mais focados no autoestudo, e a EaD por meios eletrônicos, que demonstrou uma maior preocupação com a comunicação. Enquanto os primeiros eram lentos, porém mais fáceis de promover a troca de mensagens entre os participantes, os últimos eram rápidos, mas impossibilitados de promover a resposta dos alunos a partir da própria tecnologia utilizada. Portanto, possuíamos severas dificuldades em todas as opções disponíveis, pois cada qual possuía uma séria fragilidade.
Para a nossa felicidade, um conjunto de meios conseguiu superar as fragilidades anteriormente vivenciadas, bem como ampliar as virtudes dos meios anteriores. Você provavelmente já sabe sobre quais meios estou falando, não é mesmo? Estou referindo-me aos meios digitais, em especial aqueles relacionados à internet.
A internet apropria-se da facilidade de comunicação por correspondência de modo a superar a morosidade das cartas. Assim, o e-mail, o chat, e os fóruns de discussão, por exemplo, dão suporte a uma EaD na qual tanto a disseminação de conteúdos quanto a interação dos envolvidos podem ocorrer pela tecnologia envolvida. A rede mundial de computadores, à medida que melhorou sua estrutura de conexão, também passou a propiciar uma rapidez na disseminação de conteúdos audiovisuais de forma semelhante ao que se tem no rádio e na TV, principalmente por contar, hoje, com serviços e infraestrutura suficientes para transmissão de streaming de boa qualidade.
Streaming consiste na transmissão de conteúdos digitais em tempo real, os quais podem ser vizualizados à medida que são baixados, sem a necessidade de realizar o download completo do arquivo para sua utilização.
Assim, não demorou muito para que, após a popularização dos computadores e da internet, instituições de ensino nacionais buscassem esses meios para a utilização em iniciativas de EaD. A partir de 1996, projetos como o oferecimento de cursos multimídia e on-line por universidades como a de Brasília e de Santa Catarina marcaram os primeiros passos da EaD apoiada por recursos informáticos on-line (NISKIER, 1999, p. 375-376). Após essas e outras iniciativas pioneiras, estava inaugurada uma noção que perdura até hoje, aquela que entende a EaD como uma educação como qualquer outra, com a particularidade de ocorrer apoiada por meios digitais. Os meios digitais são constituídos pelas ferramentas típicas da informática e que, nos últimos anos, vêm sendo associadas a diversos aparatos: tablets, smartphones, laptops, SmartTvs.
Esta noção de associação entre meios digitais e educação suscitou a atual definição de EaD, que irá guiar nossos estudos sobre essa modalidade educacional a partir da qual iremos realizar nosso curso. Para entendermos o conceito vigente de EaD, irei reproduzir a definição oficial do Ministério da Educação e Cultura (MEC) sobre tal modalidade. De acordo com o primeiro artigo do Decreto nº 9.057, de 25 de dezembro de 2017, a EaD é definida como uma “modalidade educacional na qual a mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorra com a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, com pessoal qualificado, com políticas de acesso, com acompanhamento e avaliação compatíveis, entre outros, e desenvolva atividades educativas por estudantes e profissionais da educação que estejam em lugares e tempos diversos”. Conseguem perceber, em relação às definições que vimos até aqui, o maior foco na relação entre os sujeitos envolvidos na educação por meio de tecnologias?
Assim, a EaD de hoje dá suporte a uma educação que pode ocorrer em diversos momentos: na utilização de páginas multimídia no computador de casa; durante audição de materiais no tocador de MP3 no ônibus; na participação em fóruns de discussão via tablet enquanto espera-se a vez no consultório médico; na interação com conteúdos acessados pelo smartphone na fila do banco; entre outras inúmeras situações.
Essas ações são comuns porque, além de veicular sons e imagens em movimento, a internet oferece uma interatividade ausente no rádio e TV, possibilitando que naveguemos de forma diferente entre os conteúdos por meio de links. Assim, nos é possibilitada uma maior autonomia para que trabalhemos com o conteúdo das aulas de nossa própria maneira, podendo acessar materiais complementares, escolher o uso de áudio, vídeo ou texto em nossas pesquisas, bem como optar por locais e tempos mais adequados para estudo. Por isso, percebemos que o aluno EaD necessita de uma responsabilidade ampliada, pois necessitará tomar uma série de decisões que não caberiam na modalidade presencial.
Neste momento, você pode estar se perguntando: como poderei desenvolver essa responsabilidade? Além disso, eu não ficaria surpreso se você estiver indagando-se se há outras diferenças na EaD, em comparação à educação presencial que você vivenciou ou vivencia. Não se preocupe. Vamos usar os momentos seguintes para refletir e buscar responder essas questões, de forma que você possa entender melhor esse nosso novo cenário educativo no qual está se inserindo.
Antes de conversarmos sobre o que muda na EaD, é necessário esclarecer algo que pode lhe tranquilizar, retirando de você qualquer medo de possíveis dificuldades: a EaD consiste na mesma educação que você já vivencia, apenas operacionalizada a distância (KRAMER, 1999, p. 35). Portanto, a EaD não consiste em uma “outra” educação, mas em uma modalidade educativa. E se alguém lhe dissesse que você já vivenciou essa modalidade educacional - mesmo que você tenhas participado de projetos EaD - você acreditaria? De acordo com um estudioso da área, você deveria acreditar. Vamos refletir para entender essa afirmação.
Segundo Romero Tori, a educação presencial é permeada por diversas ações a distância. Por exemplo, o professor do ensino presencial pode indicar trabalhos, atividades de leitura ou práticas de laboratórios que deverão ser feitos pelos alunos fora de sala de aula, sem a presença física do docente para orientá-los.. Assim, Tori demonstra que vivenciamos a distância física em nossa educação tradicional, classificada como presencial.
A ideia de Tori (2010, p. 58) podem nos instigar a realizar a seguinte relevante reflexão. Imaginemos esta situação: em uma aula inaugural de nossos cursos técnicos, há uma palestra presencial de um importante nome da área, no auditório do IMD, para 500 alunos. Em seguida, abre-se espaço de vinte minutos para a participação dos estudantes, realizando comentários e perguntas ao palestrante. Em outra situação, o mesmo profissional realiza, de São Paulo, via Skype, a mesma palestra para 12 alunos, os quais, posteriormente, terão a oportunidade de, por toda a manhã, interagir com o palestrante por videoconferência.
Nessa situação, pergunto: em qual circunstância esses 12 alunos tenderiam a estar mais próximos do professor, ou seja, possuírem um maior contato, tendo um maior conhecimento e interação com aquele profissional, de modo a tornarem-se mais presentes às atividades de aprendizagem? Tais estudantes estariam mais próximos caso fizessem parte do grupo de 500 do evento presencial ou se estivessem apenas os 12 com o professor, a distância?Percebemos que, claramente, é na segunda situação que haveria mais chances para um aluno aproximar-se do professor, diminuindo a distância entre ambos e, com isso, levando esse estudante a tornar-se mais presente nas ações educacionais.
Outra reflexão que pode ajudá-lo a pensar sobre as relações expostas é a seguinte: você já possuiu um amigo ou amiga que estava em um local distante, mas constantemente conversava com você on-line? Em caso positivo, você sentia-se mais próximo desse amigo(a) com o qual batia papo on-line do que com pessoas próximas fisicamente, mas com as quais não tinha tanto diálogo?
Caso a resposta à reflexão seja positiva, você irá perceber que a noção de distância, para as relações humanas, pode ser relativa. Assim, considerando a EaD como um modo de promover relações humanas com fins educacionais, percebemos que essa modalidade pode ser tão efetiva quando a presencial, no intuito de aproximar professores e alunos para a promoção da educação. Por isso, não há razão para considerarmos nosso curso menos valioso do que qualquer iniciativa presencial. Dependerá menos da distância física e mais dos sujeitos envolvidos (professores, tutores, equipe pedagógica e administrativa), e de você próprio, o aproveitamento educacional dos cursos do IMD e de suas ações realizadas a distância. Então, para que você aproveite da melhor forma possível nossos cursos e ampliarmos nosso aprendizado, é fundamental que entenda o papel de cada um dos profissionais envolvidos nos cursos, bem como compreenda as suas próprias atribuições como aluno EaD. Vamos esclarecer essas questões a seguir.
Você lembra que, ao longo de nossa aula, percebemos que a EaD conta com tecnologia que propicia ao aluno escolher o seu tempo e espaço de aprendizagem, bem como possibilita diferentes caminhos no trabalho com os conteúdos devido às múltiplas possibilidades de navegação dos hiperlinks? Podemos observar, portanto, que essas características oferecem ao aluno de EaD uma grande autonomia. Tal autonomia tem repercussões importantes na EaD.
Nessa modalidade, você, aluno, ganha centralidade no processo de aprendizagem. Afinal, quem irá tomar todas as decisões educacionais mencionadas anteriormente? Você! Em vista disso, em nossos cursos, você precisará continuamente avaliar sua própria aprendizagem, razão pela qual se torna importante a resolução dos exercícios oferecidos nas diversas disciplinas. Dessa forma, você irá trabalhar a metacognição, ou seja, irá pensar sobre sua forma de pensar, de modo a usar sua mente para avaliar como essa mesma mente está progredindo nos conteúdos. Assim, poderá perceber quais serão os tipos de atividades que mais se adequam ao seu aprendizado, detectando o que você precisa trabalhar melhor.
Nesse intuito, ao se autoavaliar poderá perceber suas dificuldades para estudar tais pontos com mais dedicação, ou mesmo buscar professores, tutores ou colegas para que auxiliem no esclarecimento das dúvidas em questão. Com isso, você já deve estar percebendo que necessitará de autodeterminação e orientação para ir além de um estudo pautado em “escutar, ler e repetir”, não é?
Em muitos momentos, você deverá ser capaz de progredir de maneira autônoma, para isso, pesquisando, selecionando e aplicando informações, de forma a utilizar a internet como auxílio ao seu aprendizado, seja para esclarecer dúvidas ou aprofundar seus conhecimentos sobre os conteúdos trabalhados. Dessa forma, seu trabalho discente deve estar amparado por estratégias de estudo apropriadas e uso adequado das tecnologias disponíveis.
Isso não significa que você terá pouco contato com colegas e professores, muito pelo contrário! Ao longo de nossos cursos, será fundamental buscar a colaboração com docentes e colegas nos espaços de socialização disponíveis, sejam virtuais (fóruns de discussão, chats, email), sejam presenciais, como em nossos encontros semanais.
Apesar disso, é importante você entender que será de fundamental importância a elaboração de uma rotina disciplinada de estudos, pois, ao contrário do que costuma ocorrer em sala de aula, não haverá um professor “no seu pé” para lembrar diariamente de suas pendências de estudo a fim de que você cumpra seu cronograma semanal de atividades do curso. Caso não possua experiência no desenvolvimento disciplinar dessa rotina de estudos ou tenha dúvidas sobre como implementá-la, o apoio do corpo pedagógico do IMD poderá ser de grande valia. Afinal, como vimos até aqui, a EaD consiste em uma modalidade que usa tecnologias para aproximar as pessoas visando objetivos educacionais. Portanto, em nossos cursos você contará com o apoio de profissionais que estarão próximos, sejam tutores, professores ou membros das equipes pedagógicas. Por nisso, é importante conhecermos o papel de cada um desses profissionais, não? Então, vamos fazer isso e, assim, propiciar que você saiba quando poderá contar com cada um desses educadores.
Na sua opinião, quais profissionais foram necessários para elaborar essa disciplina da qual você participa? Que tal elaborar uma pequena lista daqueles que acha ter trabalhado neste curso, esclarecendo suas funções e respectiva importância para o curso? Seria uma boa ideia postar esta lista em nossos fórum, junto com os colegas.
Uma equipe de EaD costuma ser formada por profissionais que sempre lembramos estarem associados à educação: professores conteudistas (que elaboram os materiais), professores EaD (que organizam e gerenciam os componentes curriculares) e tutores (que fornecem acompanhamento ao aluno). Além disso, há uma série de profissionais cujo trabalho é fundamental para cursos de EaD, mas que, provavelmente, você nem imagine que façam parte do seu curso neste momento. Como exemplo desses profissionais menos lembrados, podemos citar pedagogos e psicólogos. Além desses, há outros profissionais que muitos alunos sequer sabem que possuem grande importância na elaboração de cursos EAD: web designers, técnicos de informática, ilustradores, revisores de texto, entre outros . O apoio desses profissionais é tão importante que sua presença é estipulada como uma orientação oficial do MEC (BRASIL, 2007, p. 13-14).
É necessário salientar que cada iniciativa irá contar com um conjunto próprio de profissionais. Portanto, haverá projetos que contarão com todos os profissionais citados, outros poderão possuir até mais, enquanto alguns projetos acabarão não dispondo de alguns dos profissionais citados anteriormente. Assim, percebemos que cursos em EAD contam com o apoio de uma série de profissionais, desde aqueles que trabalham na elaboração de materiais e suporte técnico do curso, até aqueles cuja atuação é voltada a fornecer apoio pedagógico aos estudantes.
Por essa razão, torna-se fundamental que você, aluno dos cursos técnicos do IMD, saiba com quais profissionais terá contato direto, conhecendo o específico tipo de suporte que cada um desses trabalhadores poderá prover para a sua aprendizagem.
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