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No caso dos sistemas de aterramento, a intenção é criar um caminho de resistência elétrica mínima, por onde a maior parte da corrente de fuga possa ser desviada. Como a terra pode ser considerada como um grande condutor elétrico, a ideia é desviar a corrente de fuga para ela, de modo que através dela, a corrente retorne rapidamente à fonte.
A Figura 4 ilustra esse conceito. Na Figura 4a, temos um circuito alimentando um equipamento elétrico, por exemplo, uma geladeira, cuja carcaça metálica não está aterrada. Suponha que, por algum motivo, acontece um curto-circuito (por exemplo, o fio de alimentação descascado encosta na carcaça metálica da geladeira).
A fuga de corrente para a carcaça resulta na acumulação de uma carga estática nela. Na hora em que alguém for abrir a geladeira tocando na sua porta, a tendência é que a fuga de corrente para a carcaça procure o menor caminho para a terra, nesse caso, através da baixa resistência do corpo da pessoa, descendo pela sua mão, braço, corpo e perna até a terra, de modo a retornar à fonte. Aí temos um choque elétrico que pode ter graves consequências.
Se, no entanto, como mostrado na Figura 4b, a carcaça da geladeira estiver conectada a terra através de um condutor de baixa resistência (menor que a resistência do corpo da pessoa), a maior parte da corrente de fuga vai ser redirecionada para esse atalho, diminuindo o risco de acontecer um choque grave.
Quando a carcaça é aterrada, durante um curto-circuito, a corrente de fuga passa dela para a terra. Como essa corrente geralmente é elevada, o fusível ou o disjuntor que protege a instalação atua interrompendo o circuito e evitando que pessoas possam levar choque. Se a carcaça não estiver aterrada, o desvio da corrente para a terra vai ocorrer assim que uma pessoa tocar no aparelho, ocasionando o choque.
Assim, em ordem de ocorrência, podemos destacar três funções principais para o sistema de aterramento:
Em equipamentos eletrônicos com componentes e circuitos integrados muito sensíveis (PCs, equipamentos médicos, equipamentos científicos etc.), a acumulação de uma carga elétrica estática na sua carcaça pode induzir correntes elétricas que resultem na queima dos seus circuitos eletrônicos, de forma que um bom aterramento elétrico é indispensável. Na hora de dimensionar um bom aterramento é que entra o técnico e o engenheiro eletricista.
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