Cursos / Automação Industrial / Atuadores / Aula
Além das três partes fundamentais de uma válvula: corpo, castelo e atuador, nesta seção serão mostrados alguns elementos auxiliares que aparecem em alguns sistemas de acionamento, como complemento de auxílio para as válvulas.
O volante manual é usado para o fechamento manual da válvula no local, em substituição ao fechamento automático ou manual, feito através do atuador pneumático, em casos de emergência, durante a partida ou na falta de ar. Ele não é muito frequente e sua aplicação só se justifica em serviços críticos ou quando não há válvulas de bloqueio ou de by-pass. Os principais acessórios incluem as hastes com extensão, operador com corrente, operador com engrenagens e o volante, que pode ser visto na Figura 19.
O posicionador é um acessório opcional e não um componente obrigatório da válvula, mesmo que algumas plantas padronizem e tornem seu uso extensivo a todas as válvulas existentes.
Visto na Figura 20, é um dispositivo acoplado à haste da válvula de controle para otimizar o seu funcionamento. Ele recebe o sinal padrão de 20 a 100 kPa (3 a 15 psi) e gera, na saída, também o sinal padrão de 20 a 100 kPa (3 a 15 psi), e por isso é necessária a alimentação pneumática de 120 kPa (20 psi).
O objetivo do posicionador é comparar o sinal da saída do controlador com a posição da haste da válvula. Se a haste não está onde o controlador quer que ela esteja, o posicionador soma ou subtrai ar do atuador da válvula até obter a posição correta. Há um elo mecânico através do qual o posicionador sente a posição da válvula e monitora o sinal que vai para o atuador. O posicionador pode ser considerado um controlador proporcional puro.
As justificativas legítimas para o uso do posicionador são:
O uso do posicionador é obrigatório na malha de controle de faixa dividida (split range) em que o mesmo sinal de controle é enviado para várias válvulas em paralelo.
São também razões para o uso do posicionador, mas não muito legítimas:
Há, porém, duas outras importantes regras, embora menos conhecidas, referentes ao não uso do posicionador. São as seguintes:
As regras para uso ou não do posicionador devem ser conceitualmente entendidas. O posicionador torna a malha mais sensível, mais rápida, com maior ganho. Se a malha original já é sensível ou rápida, a colocação do posicionador aumenta ainda mais a sensibilidade e a rapidez, levando certamente a malha para uma condição instável, de oscilação.
Quando se coloca um posicionador em uma malha de controle rápida, o desempenho do controle se degrada, então é preciso ressintonizar o controlador, ajustando a banda proporcional em valor muito grande. Às vezes, em valores não disponíveis no controlador comercial.
Geralmente, não se usa posicionador em malha de controle de vazão, pressão de líquido e pressão de gás em volume pequeno, pois esses processos já são muito rápidos. Para processos rápidos, mas com linhas de transmissão muito grandes ou com atuadores de grandes volumes, a solução é acrescentar um amplificador pneumático (booster), em vez de usar o posicionador.
O booster também melhora o tempo de resposta e aumenta o volume de ar do sinal pneumático e, como seu ganho é unitário, não introduz instabilidade ao sistema. O posicionador pode ser considerado como um controlador de posição de alto ganho (banda estreita). Quando ele é colocado na válvula de controle, é considerado um controlador secundário de uma malha em cascata, recebendo o ponto de ajuste da saída do controlador primário.
Essa analogia é útil, pois facilita a orientação de uso ou não uso do posicionador. Como em qualquer sistema de controle em cascata, o sistema só é estável se a constante de tempo do secundário (posicionador) for muito menor que a do primário.
Versão 5.3 - Todos os Direitos reservados