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Uma rede, estritamente falando, é capaz apenas de enviar informações de uma máquina para outra máquina. O que as informações transmitidas significam não é responsabilidade da rede em si. Para serem capazes de transmitir e receber informações, os computadores precisam ter um hardware (uma placa de rede) instalado que realize essa função. Essas placas estão interconectadas por algum tipo de meio de transmissão, como cabos, ou mesmo uma ligação sem fio. Existem várias tecnologias (ou tipos) de rede com essa finalidade, como Ethernet, ATM, Token Ring.
Portanto, quando surgiram as primeiras tecnologias de rede, os fabricantes de sistemas operacionais passaram a ter um meio de trocar informações entre máquinas e começaram a criar serviços para os usuários que antes não eram possíveis, como enviar um arquivo para ser impresso em uma impressora ligada a outro computador, ou acessar arquivos de outro computador.
A questão é que, como dissemos, a rede apenas transmite as informações sem entendê-las, como se fosse uma caixa preta. Portanto, para os computadores conseguirem se entender, de modo que uma pudesse, por exemplo, enviar um arquivo para ser impresso, e a outra entendesse que deveria imprimir o arquivo, e não gravá-lo no disco, por exemplo, foi necessária a definição de uma “linguagem” a ser “falada” pelas máquinas. Essa linguagem se chama protocolo, e determina tanto o formato das mensagens, como o significado de cada uma, e o momento em que podem ser transmitidas.
A criação de um protocolo de rede resolveu o problema da comunicação entre máquinas usando uma dada tecnologia de rede, mas cada fabricante de sistema operacional resolveu criar o seu próprio protocolo. A Microsoft criou o protocolo NetBEUI para o Windows; a Novell criou o protocolo IPX/SPX para o sistema operacional Netware; e foi criado o protocolo TCP/IP para os sistemas operacionais baseados no UNIX. Entretanto, assim como acontece com a comunicação entre as pessoas, onde só nos comunicamos com quem fala a nossa língua, os computadores só conseguiam se comunicar com outros que utilizavam o mesmo sistema operacional. Na verdade, essa restrição não era devido ao sistema operacional em si, mas ao protocolo que o sistema operacional utilizava (lembre-se que cada sistema operacional falava a sua língua).
Como consequência disso, as empresas acabavam utilizando o mesmo sistema operacional em todas as suas máquinas. Isso não é uma boa opção, pois diferentes pessoas podem ter preferências diferentes, e como cada sistema operacional tem características diferentes, dependendo da função para a qual a máquina será utilizada, um sistema operacional pode ser mais indicado que outro. A solução para permitir que uma mesma empresa utilizasse máquinas com sistemas operacionais diferentes foi instalar o protocolo de um sistema operacional na máquina com outro sistema operacional. Você pode perceber que isso é possível, porque, assim como você pode ser capaz de falar mais de uma língua, como Português e Inglês, por exemplo, um mesmo sistema operacional pode falar dois ou mais protocolos diferentes.
Embora resolvesse o problema de comunicação entre sistemas operacionais diferentes à solução de instalar diversos protocolos em uma mesma máquina, não é uma solução muito interessante. Primeiro porque sobrecarrega a máquina, segundo porque precisamos conhecer o protocolo utilizado pela outra máquina. Uma solução melhor e mais simples adotada foi utilizar o mesmo protocolo nos diversos sistemas operacionais. O protocolo escolhido foi o TCP/IP, de modo que hoje todos os sistemas operacionais utilizam esse protocolo como padrão.
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