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Atualmente, o Brasil possui mais de 60% dos domicílios conectados à internet e mais de 70% dos brasileiros com acesso à grande rede (NIC.BR, 2017). Nosso país está entre os que possuem o maior número de servidores no mundo inteiro. Mas, para se chegar até isso, foi necessária a realização de algumas ações ao longo da história.
O Brasil teve as suas primeiras conexões à internet no final dos anos 1980, por relacionar-se a universidades norte-americanas. Em 1991 é que o primeiro backbone brasileiro, voltado exclusivamente para atividades acadêmicas, é inaugurado a partir do projeto da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP). O acesso para atividades comerciais foi concedido em 1995 e, em 2000, foi ampliado, abrindo espaço para o estabelecimento de provedores privados e locais. Com isso, apesar de a RNP ainda ter um dos maiores backbones do país, a Embratel possui o maior backbone brasileiro.
Em razão dessa abertura, em junho de 1995, é criado o Comitê Gestor da Internet (CGI.BR) para administrar e definir diretrizes relativas à implantação e ao desenvolvimento da internet no Brasil. Pouco mais de dez anos depois, é instituído, na estrutura do CGI.BR, o Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.BR). Essa entidade civil, sem fins lucrativos, implementa as decisões e os projetos do CGI.BR, como o registro e a manutenção dos nomes de domínios que usam o .br, e a distribuição de endereços IPs, por meio do Registro.br. É esse site que você pode consultar para saber se o endereço que você está pensando para o seu site está disponível. Que tal acessá-lo?
A Rede Giga Metrópole, que conecta mais de 300 escolas públicas da Grande Natal à internet de alta velocidade, está ligada ao backbone da RNP pelo Ponto de Presença (PoP) do nosso estado. Esse ponto fica localizado fisicamente no Centro de Convivência da UFRN. A iniciativa Giga Metrópole é fruto de uma parceria entre o IMD e a Secretaria Estadual de Educação (SEEC), visando a contribuir para o ensino público do Rio Grande do Norte. Além da educação, a Rede Giga Metrópole pode atender a demandas de outros setores da sociedade, como saúde, segurança pública, indústria e comércio. Essa ação está integrada ao Parque Metrópole Digital, que conhecemos na aula anterior, com o qual possui um potencial quase ilimitado de serviços e usos da internet que podem ser oferecidos à população potiguar.
Para garantir a neutralidade da internet e as demais liberdades que surgiram desde sua concepção, no Brasil, foi instituída a Lei No 12.965/2014, conhecida como Marco Civil da Internet. Esse documento oficial trata de princípios, garantias, direitos e deveres para o uso da internet em nosso país. Para tanto, o Marco Civil regulamenta aspectos como neutralidade da rede, privacidade, retenção de dados, função social da web, garantia de liberdade de expressão e de transmissão de conhecimento, além de obrigações de responsabilidade civil aos internautas e provedores de internet.
O projeto dessa Lei surgiu em 2009 e foi alvo de muitas críticas, o que o fez ser desenvolvido colaborativamente em debate público e aberto. Após isso, em março de 2014, o Marco Civil foi aprovado na Câmara dos Deputados e seguiu para aprovação no Senado no dia 23 de abril de 2014, sendo sancionado, no mesmo dia, pela Presidente da República Dilma Rousseff. Durante a aprovação da Lei, fundamental para a democracia brasileira, Tim Berners-Lee, o mesmo que revolucionou a web com a criação da www, destacou que nosso Marco Civil da Internet se constituía como um fantástico exemplo a ser seguido por outros países no que diz respeito ao modo como governos podem promover direitos da web, mantendo-a aberta (BRANT, 2014).
Para ler integralmente o conteúdo da Lei No 12.965/2014, Clique aqui.
Para se ter uma ideia do desenvolvimento da internet no Brasil, veja a seguir uma linha do tempo com o ano de surgimento de alguns sites, sistemas e apps em nosso país que impactaram a forma como usamos e compreendemos a grande rede mundial de computadores. Você conhece e já usou todos eles?
A partir dessa viagem histórica, imagino que você deve ter percebido a evolução da internet e dos serviços que ela nos proporciona. Conhecer esse desenvolvimento pode contribuir para que você, futuro profissional da área de TI, pense em outras ferramentas e funções para a internet. Quem imaginaria que um projeto militar para compartilhar informações chegaria ao fantástico serviço que temos hoje?! É por isto que você precisa acompanhar a evolução da internet: para compreender o passado, atuar no presente e projetar o futuro. A propósito, você conhece as fases da web e o que as caracteriza?
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