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As reflexões que você realizou até aqui o tornaram apto a compreender o conceito de Tecnologia da Informação de um modo mais extenso, considerando a evolução histórica da TI. Nessa direção, você percebeu que a própria história humana e de suas tecnologias demonstram que se restringir à informática implica em não compreender por completo a Tecnologia da Informação. Em vista disso, a compreensão de sua área torna-se uma característica essencial para a atuação de um profissional de TI bem-sucedido. É isso que iremos perceber se olharmos para profissionais que elaboraram sistemas que revolucionaram o modo como lidamos tecnologicamente com a informação.
Um desses exemplos é o de Steve Jobs, um profissional que enxergou além dos demais por compreender que as Tecnologias da Informação não se resumem à computação. Por essa razão, Jobs teve um importante papel no desenvolvimento amigável dos aparelhos da informática, a começar nos primórdios dos computadores pessoais. Vamos entender isso melhor.
Anos antes da época em que foram produzidos os primeiros computadores pessoais, no final da década de 1970, Jobs realizou uma formação inusitada que, em uma visão do senso comum, nada teria a ver com TI: um curso de caligrafia. Porém, se tomarmos como referência o pensamento que desenvolvemos até aqui, saberemos que a caligrafia está associada à TI por se tratar da escrita em papel, primeira grande Tecnologia da Informação da humanidade, conforme vimos.
Pois bem, cerca de dez anos depois de realizar o referido curso, o próprio Jobs afirmou que aquele conhecimento foi fundamental para o sucesso de suas primeiras máquinas. Isso ocorreu porque os computadores da Apple, empresa fundada por Jobs, foram os primeiros a desenvolver a ideia de aplicar fontes de escrita diferentes, pautadas na busca pela beleza visual, em computadores. Na época, tais máquinas eram vistas de forma estritamente pragmáticas: contavam com um conjunto de fontes únicas, sisudas e uniformes.
Se observarmos que hoje qualquer aparelho de informática conta com uma infinidade de fontes, e que, até mesmo, a escolha dessas é um passo importante na elaboração de softwares de TI, por exemplo, poderemos perceber como Jobs, no século passado, criou uma tendência que se mantém até hoje. Aquele seria a primeira de muitas das tendências criadas por Steve Jobs, que sempre prezou pela inovação em TI. O já falecido fundador da Apple foi o responsável por conceitos que norteiam hoje diversas linhas de produtos: são dele as ideias do tocador de áudio digital portátil IPod, do smartphone IPhone e do tablet IPad.
Steve Jobs destacou-se por entender a TI além dos computadores, compreendendo, intuitivamente, que a história das tecnologias da informação não pode ser ignorada pelo profissional que lida com a TI que envolve meios informáticos. Com isso, Jobs percebeu, entre outras coisas, que a qualidade da letra, na escrita, é uma informação em si: pode transmitir conforto, bem-estar, agressividade, dinâmica, carinho.
Para compreendermos melhor isso, basta lembrarmos do impacto de uma carta escrita à mão, por alguém que amamos, em comparação à mesma mensagem, nos enviada pela mesma pessoa, mas formatada em um meio digital, por uma fonte padronizada. Será que as informações que receberemos serão as mesmas? Não, pois a letra particular de alguém querido irá nos transmitir uma informação a mais: o sentimento positivo, a inserção da identidade do outro na grafia ou a sensação de ter sido lembrado de um modo mais pessoal.
Dessa forma, percebemos como uma visão aprofundada da TI consiste em uma competência essencial ao profissional da área. Detendo esta visão ampla que buscamos desenvolver nesta aula, você poderá oferecer melhores soluções às circunstâncias informacionais com as quais for se deparar em sua atuação no mercado. Em um exemplo hipotético, é possível dizer que, considerando as particularidades da tecnologia da escrita, você pode concluir que, em uma certa situação, será mais adequado usar um informativo escrito do que digital. Darei um exemplo disso.
O envio de mensagens de felicitações pelo fechamento de um negócio ou pelo aniversário de um cliente é uma situação comum em empresas, não é mesmo? Por questões de praticidade, esse tipo de mensagem geralmente é gerada de forma automatizada por um sistema de gestão ou enviada via e-mail por alguém. Porém, talvez, nessa circunstância, seja mais adequado o uso de uma velha TI: a escrita em papel. A elaboração de uma carta escrita de próprio punho tende a denotar uma maior preocupação do interlocutor, o que, provavelmente, levará o cliente a sentir-se mais valorizado. O mesmo pode valer para a comunicação de informações negativas a funcionários, a qual pode ter atenuado seus impactos negativos se feita de próprio punho. Nossa própria vida pessoal demanda uma consideração ampla da TI. Afinal, se nós não percebermos isso e mandarmos um e-mail para o/a namorado(a) ao invés de um bilhete escrito à mão estaremos perdendo uma boa oportunidade de cativar nosso par, não?
Você concorda que a própria letra em si já contém uma informação, podendo revelar características de quem escreve ou do possível conteúdo de uma mensagem? Na sua experiência, em quais situações julgou mais adequada a escrita à mão e em quais achou mais adequada a escrita digital? Seria interessante responder junto com os colegas no fórum.
Algo similar pode ocorrer mesmo no tratamento da escrita nos meios digitais. Nessa medida, o pouco domínio do sentido informativo da tecnologia da escrita pode levar à elaboração de uma comunicação difícil dos usuários com sistemas digitais de informação, levando a problemas como mal-entendidos, ou mesmo constrangimentos, algo que, certamente, irá comprometer a inserção e o seu seguimento no mercado da TI.
Exemplos disso são casos pitorescos nos quais pessoas receberam de seus computadores mensagens como a abaixo, que apontam que um programa do sistema executou uma “operação ilegal”, razão pela qual será finalizado.
Tal erro trata-se de uma questão estritamente técnica de mau funcionamento do sistema do computador. Apesar disso, ao receber essa mensagem, muitas pessoas acreditaram terem sido informadas pelo computador que estariam desobedecendo a alguma lei, razão pela qual a operação que realizaram seria “ilegal”. Esta situação acabou ocasionando mal-entendidos que, embora cômicos, acabaram por gerar mal-estar entre alguns usuários com menos conhecimento na área, temerosos de receber algum tipo de punição legal, devido a acreditarem que poderiam estar, por exemplo, usando um software pirata ou acessando um site que acreditavam ser proibido pelas informações que continha, talvez “imorais” ou “inadequadas”.
Assim, as reflexões que realizamos nos mostram que o profissional de TI deve associar seus conhecimentos de computação às instâncias da Tecnologia da Informação que fogem daquele campo. Dessa forma, o profissional poderá, conhecendo a história e as tecnologias da informação anteriores, usar seu conhecimento de computação de forma a entender as informações e os sentidos subjacentes às elaborações nesse meio. Seguindo essa direção, você poderá desenvolver um entendimento mais lúcido acerca de situações que envolvam a relação entre usuários e programas, bem como o gerenciamento de gestão de pessoas, de modo a contar com um maior aparato de ideias e concepções para lidar com problemas na área de forma inovadora, inventiva e embasada no real sentido da TI: o uso de diversas tecnologias para o tratamento de informações por múltiplos modos.
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