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Após compreendermos o sentido de uma concepção ampla de tecnologia, podemos começar a realizar a associação entre tecnologia e informação, para isso, partindo da análise do significado que a informação possui, desde o passado até os dias atuais.
Para entendermos o significado da informação, necessitamos, novamente, refletir sobre nosso passado. Inicialmente, devemos responder à seguinte pergunta: informações sempre foram algo importante para o ser humano? O que você acha? O que eu acho é que temos aqui uma boa oportunidade para conversa em nosso fórum.
Aproveite e responda no fórum desde quando, em sua vida, a informação é importante. Também seria legal se você refletisse para dizer lá como a informação influencia e é importante em sua vida. O que será que seus colegas vão dizer? Você só vai descobrir conversando com eles, não é? Então, está feito o convite.
Levando em conta as reflexões propostas, Eu acho que você há de concordar que, em uma comunidade, saber da presença de jacarés em um rio próximo deve ter modificado a vida de certos indivíduos, significando a vida para uns e a morte para outros. Independente se tal informação foi obtida no google ou por outro meio há milhares de anos. Então, com esse pensamento pitoresco, percebemos que a informação sempre foi algo importante, justificando o velho ditado “saber é poder”.
Com isso, percebemos os termos que designam a área com os mais modernos aparelhos e softwares se referirem a elementos que nada têm de novo: a tecnologia e a valorização da informação. Portanto, é fácil de imaginar que se a tecnologia existiu desde o início da humanidade, conforme já vimos, e a informação foi algo importante desde as cavernas, então, a junção desses dois elementos não vem de agora.
Essa conclusão nos leva a indagar: as tecnologias voltadas à informação se restringem aos meios da informática?
Para esclarecer essa questão, precisamos considerar que, conforme aponta Gadotti (1981, p. 48), foi pelo desenvolvimento da fala, tecnologia imaterial, que o homem se fez homem, distinto de qualquer outro animal. Além disso, mesmo que se siga uma concepção que não entenda a fala como tecnologia, por seu caráter imaterial, é necessário considerar que, para estudiosos como Cagliari (2009), o que caracteriza o abandono de um caráter “bárbaro” para o alcance de um estado de “civilização” por uma comunidade humana é o desenvolvimento da escrita. Por essa razão, é possível dizer que a primeira tecnologia material que registra informações, a escrita, constitui-se do marco inicial do caminho que as civilizações humanas traçaram até os dias atuais.
Assim, um olhar para a nossa história sustenta que a escrita já consiste em uma Tecnologia da Informação. Afinal, a elaboração rudimentar da escrita permitiu sofisticar e dar precisão ao registro de informações, antes pouco apurado, por ocorrer pelo uso de desenhos, carentes de significados mais objetivos.
Observe a imagem abaixo e responda: será que se dez pessoas buscassem “ler” as informações desses desenhos, elas chegariam a ter precisamente as mesmas informações? E se, ao invés desses desenhos, tivéssemos o uso da escrita, veiculando a frase "Caçamos diversos tipos de animais”, teríamos todos objetivamente a mesma informação? Que tal voltar ao fórum para refletir sobre essa questão com os colegas?
A associação aos primeiros suportes móveis criados pelo homem, possivelmente os papiros no Egito Antigo (2500 a.C.), percussores do nosso papel, permitiu a escrita em um suporte maleável e de uso relativamente prático (antes, há registros, em diversas civilizações, de escritos realizados em folhas de palmeiras, ossos de baleia, cascos de tartaruga, bambu e seda, entre outros de uso não menos difícil). Este avanço permitiu aperfeiçoar o tratamento tecnológico de informações em diversos níveis. Tornou-se possível realizar uma produção em maior escala, não limitada aos espaços físicos de construções ou elementos naturais (cavernas, por exemplo). Também foi possibilitado, em nível rudimentar, o exercício de uma grande parte das atividades que, hoje implementadas com maior sofisticação, marcam a TI no uso da computação.
O uso de papiros possibilitou um melhor armazenamento, pois as informações já não eram necessariamente acessíveis a toda a comunidade, como aquelas expostas ao ar livre. Esse avanço tornou possível um maior controle de acesso e, por consequência, da segurança das informações registradas pela escrita em papel, que passaram a poder ser guardadas fisicamente em locais ocultos. Em vista disso, no início do desenvolvimento da escrita em diversas civilizações, era comum que aqueles que a dominavam tivessem sua atuação na sociedade dedicada à tarefa de utilizar as tecnologias mais avançadas da época, a escrita e seus meios de registro material, para manejar informações. Isso acabava gerando uma valorização social para os indivíduos que dominavam a tecnologia da escrita, geralmente pessoas pertencentes a classes privilegiadas. Consegue ver algum paralelo com a atualidade? Sim, podemos dizer que aqueles indivíduos foram os primeiros profissionais de TI.
A invenção da prensa móvel, pelo alemão Johannes Gutenberg, por volta de 1450, também propiciou um significativo avanço no tratamento tecnológico de informações. Essa máquina propiciou uma técnica de impressão que usava tipos móveis (pequenos blocos metálicos) que, após esculpidos em relevo com os caracteres que formariam uma página de texto, poderiam gerar cópias impressas das elaborações textuais ali contidas. Daquela maneira, já não era necessário que cada escrito fosse produzido na íntegra pelo punho de alguém, pois, de forma ainda muito rudimentar, tornou-se possível acelerar o processo de cópia de uma obra pelo uso de materiais impressos.
Para conhecer mais dessa história, acesse o vídeo “Johannes Gutenberg e a Máquina de Impressão” disponível em: .
O posterior avanço da humanidade irá revelar a elaboração de inúmeras formas tecnológicas de trabalho com informações. O uso de impressos, bilhetes, cartas, mapas, listas, entre outros, demonstra que todo o desenvolvimento computacional da TI de hoje consiste na apropriação de Tecnologias da Informação anteriores, para aplicação de formas distintas. Nessa medida, sempre se aproveitando da escrita, temos o SMS, que se baseou no bilhete, o e-mail, originário da carta, o Google Maps, advindo dos mapas de navegação, os bancos de dados oriundos de listas manuscritas, entre inúmeros outros exemplos afins.
Tais relações, e tantas outras que culminaram em ferramentas de TI em computação, nos mostram que a Tecnologia da Informação, de modo algum, resume-se ao uso de computadores. Em vista disso, a um profissional competente e visionário da área cabe compreender o sentido histórico da TI, pois, dessa forma, poderá ter uma ciência apurada da real constituição de seu campo, de modo a compreender a essência da Tecnologia da Informação além de uma visão do senso comum.
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