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arrow_back Aula 01 - Introdução à Educação a Distância

Visão Geral da TI no Cotidiano Atual

Descobrimos que as Tecnologias da Informação acompanham as civilizações a milhares de anos. Nesse caminho, as tecnologias da computação que tratam de informações repercutem, em grande medida, as formas anteriormente estabelecidas por outras tecnologias. Em vista disso, o entendimento aprofundado destas novas tecnologias necessita da compreensão das anteriores. Portanto, agora que você entendeu como chegamos nas Tecnologias da Informação de hoje, possui melhores condições para compreendê-las na atualidade.

Para iniciarmos a busca pela compreensão que citei, indago: onde você se encontra neste momento? Em seu quarto, nas dependências do IMD, em uma fila de espera, em um transporte motorizado? Tenho a certeza de que, caso você esteja em qualquer um desses lugares - ou mesmo outros -, bastará olhar ao redor para observar alguma tecnologia da informação. Caso não haja um no exato local onde você está, certamente haverá ao lado. Estou certo? Ou você encontra-se em um local que não possua nas proximidades computadores, celulares, ou mesmo papéis escritos? Caso a resposta seja positiva, será difícil achar que você não está em um deserto ou perdido em uma ilha isolada. Nesse caso, ainda lhe restará a tecnologia da escrita para tentar registrar uma mensagem de socorro na areia. Difícil fugir da TI, hein?

Você consegue recordar algum momento ou local no qual não tinha nenhuma tecnologia à vista? Será que seus colegas já passaram por isso? Fique à vontade para ir ao fórum e compartilhar com os demais suas experiências de “carência” tecnológica!

Essas nossas reflexões tecnológicas nos dão a dimensão do grau de inserção das tecnologias da informação no cotidiano atual. Para compreendermos ainda melhor isso, pergunto: você possui computador em casa? E seus amigos, possuem? Independente de sua resposta, será que eu poderia dizer que, caso você fosse visitar duas casas de amigos ou amigas, e na primeira não houver computador, provavelmente na casa do segundo amigo ou amiga haverá um computador? Se eu acertei, não se preocupe: não colocamos ninguém te seguindo para colher dados para fazer esta aula. Também posso garantir que o meu acerto não foi baseado em um “chute”.

Minha afirmação quanto ao seu cotidiano foi baseada em algumas estatísticas que temos no Brasil. Conforme é apontado pelas pesquisas do Comitê Gestor de Internet no Brasil (CGI.br), metade dos domicílios do Brasil em 2013 possuíam computador. Por isso, é natural supor que, em média, cerca de metade dos seus amigos possuam computadores em casa. Apostaria que mais da metade deles usa a internet. Já pode imaginar porque eu digo isso, não é mesmo? Segundo dados ainda do CGI.br de 2014, mais da metade dos brasileiros são usuários da internet.

Para saber mais sobre as pesquisas utilizadas nesta seção de nossa aula, você pode acessar as matérias jornalísticas contidas nos links abaixo:

É importante lembrar que não estamos lidando com um país igual. Assim, fatores como a condição de renda individual e da familiar, a localidade, entre outros, costumam influenciar o grau de imersão da população no uso cotidiano da TI. Nessa direção, os dados demonstram que os domicílios com menor renda ainda possuem menos computadores, porém, a ampla disseminação desses aparelhos, bem como seus dados oficiais, demonstram que, atualmente, a utilização de computadores está relacionada aos mais diversos grupos sociais no Brasil.

Esse uso acaba por repercutir, no Brasil, o fenômeno mundial da inserção das diversas outras TI ligadas à informática no cotidiano das pessoas. Vamos tentar entender melhor esse processo? Para isso, posso dizer, com segurança, que você poderá compreender melhor a inserção da TI no cotidiano atual pensando nos seus namoros, principalmente naqueles que nem se iniciaram. Vou explicar.

No caso dos telefones celulares, certa leitura dos dados das pesquisas brasileiras poderia levar à “certeza” de que, caso um(a) “pretendente” seu(sua) se negue a lhe dar o número do celular, dizendo que não possui o aparelho, essa pessoa estará mentindo. Nessa circunstância, você pode contrapor a negativa com uma fala infalível em qualquer paquera. Faça o seguinte: chegue próximo ao seu(sua) pretendente, e fale, com toda a segurança, ciente do poder de sedução de sua fala: “Fulano(a), os dados da Agência Nacional de Telecomunicações, também conhecida como Anatel, indicam que o país possuiu mais de 270 milhões de telefones celulares em 2014, ano no qual, de acordo com o Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, notoriamente conhecido como IBGE, a população brasileira era de pouco mais de 203 milhões. Por isso, posso dizer que não há obstáculo para que possamos desenvolver uma maior ligação pessoal via sistema de telefonia móvel, pois a contraposição dos dados oficiais disponíveis tornam factual o entendimento de que, neste país, existem mais celulares do que pessoas, portanto, não há como você não possuir um celular”. Quem poderia resistir a uma “cantada” dessas? Com uma fala tão charmosa assim, certamente você irá conseguir o número pretendido!

Bem, claro que estou brincando. Afinal, além do teor pouco sedutor da fala citada, sabemos que é comum que algumas pessoas possuam vários aparelhos, enquanto outras não tenham nenhum. Isso justifica que tenhamos mais celulares do que pessoas e, mesmo assim, existam indivíduos que não possuem esse tipo de telefone.

Essa reflexão descontraída sobre os relacionamentos afetivos nos lembra que as relações interpessoais do cotidiano encontram-se fortemente permeadas pela TI. O uso de dispositivos móveis, como telefones celulares, para a troca de mensagens por voz, texto e multimídia, marca cada vez mais a convivência entre as pessoas. Essas tecnologias acabam propiciando o estabelecimento de relações com pessoas fisicamente distantes. Em outras épocas, não teríamos a possibilidade de nos relacionar com aquelas pessoas. A mobilidade é a marca desse processo. Um importante indicativo disso é que, no Brasil, conforme pesquisa do Instituto de Pesquisa Norte-americano Nielsen, a maioria dos celulares possui recursos de acesso à internet.

Assim, as Tecnologias da Informação proporcionam um cotidiano marcado por uma comunicação muito rápida e fácil. As redes móveis possibilitam o uso da internet em praticamente todas as áreas cobertas pelos serviços de telefonia. Além disso, é crescente o número de estabelecimentos comerciais e instituições em geral que compartilham sem fio, via “wi-fi”, sua conexão de internet.

Nesse cenário, o uso de softwares e serviços on-line, possibilitados pela utilização de aparelhos móveis, possibilita o envio e recebimento de mensagens instantaneamente, praticamente em qualquer lugar, a qualquer momento. Nessa direção, serviços como o Twitter - que permite a postagem de textos curtos instantaneamente - e o Whatsapp - voltado à troca de mensagens por voz, texto e multimídia entre indivíduos e grupos -, protagonizam modos dinâmicos de correspondência de informações entre usuários. As redes sociais constituem um importante ponto desse cenário. Essas tecnologias são, hoje, quase uma espécie de “segundo RG” das pessoas, por constituírem-se de páginas que reúnem informações pessoais nossas, de nossos amigos, de conhecidos e, até mesmo, de colegas de escola e de trabalho.

Por falar em trabalho, vemos que esse também se encontra fortemente marcado pela TI. Será que você já notou isso? Caso você já esteja inserido no universo profissional, talvez já tenha percebido as mudanças advindas da TI. Essas tecnologias provocaram mudanças tão profundas nos ambientes de trabalho que, mesmo que você ainda não esteja inserido nesse campo, provavelmente já vivenciou algumas dessas mudanças.

A primeira delas diz respeito à atuação de um profissional com o qual você já trabalhou bastante ao longo de sua vida. Arrisco dizer que este é o tipo de profissional com o qual você mais esteve ao longo de sua vida. Consegue adivinhar de quem estou falando? Refiro-me ao professor. Notou as mudanças que ocorreram na atuação de seus professores, bem como daqueles que trabalham em favor da formação que você busca na instituição de ensino? Não precisa ir muito longe para perceber isso. Esta nossa própria aula demonstra como a TI impactou à educação. O avanço tecnológico em torno da TI propiciou um amplo desenvolvimento da Educação a Distância, tornando possível que passássemos a trabalhar como estamos fazendo agora: você tendo contato com a fala do professor no local e momento que achar mais conveniente, porém, sem deixar de poder ter uma orientação docente por meio dos tutores, seja de forma on-line, seja de modo presencial, em nossos encontros semanais.

Você pode estar se perguntando: “orientação docente por tutor? Mas quem irá me acompanhar: um professor ou um tutor? Se é o tutor quem vai tirar minhas dúvidas e esclarecer melhor o conteúdo, o que faz o professor na EaD?” Não se preocupe que iremos tratar dessas e de outras dúvidas em nossa próxima aula, quando iremos estudar especificamente a Educação a Distância, abordando também as particularidades de nosso trabalho nessa modalidade nos cursos técnicos.

Mas, antes disso, precisamos compreender por que as implicações educacionais da TI estão longe de serem as únicas mudanças causadas por aquelas tecnologias no universo profissional. Vamos pensar sobre isso. Se você se alimenta no Restaurante Universitário (RU) do Campus Central da UFRN, utiliza um cartão eletrônico que gerencia suas informações de crédito. Caso não utilize o RU, ainda sim poderá realizar a reflexão que irei propor. Irei explicar. Anteriormente, a Universidade fazia uso de tickets em papel, os quais valiam por uma refeição. Diante disso, consegue perceber como a mudança para o uso de cartões implicou em melhorias ambientais, temporais e de controle? Imagine o quanto de papel ia para o lixo após o uso dos tickets, considerando que o RU recebe, diariamente, centenas de estudantes para cada refeição. A mesma lógica de economia vale para o tempo que se gasta com o processo de entrega e uso dos créditos, este automatizado pela utilização de roletas eletrônicas. Assim, torna-se desnecessária a presença de um funcionário para receber os tickets do restaurante.

O tipo de equipamentos referido também é cada vez mais utilizado no transporte coletivo público, modificando o perfil dos profissionais que trabalham no setor e gerando discussões sobre a validade da remoção da função de “cobrador” dos ônibus urbanos. Nesse debate, alguns argumentam que a substituição daquele profissional pelo uso da roleta eletrônica, alimentada por um cartão, é desejável por diminuir os custos do serviço de transporte. Na via contrária, outras pessoas acreditam que a necessidade de atender clientes que pagam em dinheiro leva o motorista a acumular também uma função de cobrador. Tal acúmulo seria injusto. Pois o motorista estaria sendo sobrecarregado sem receber nada a mais por isso.

De que lado você está? Pensa que é positivo que roletas substituam profissões como caixas e cobradores de ônibus ou as atividades desses profissionais deveriam ser preservada? Que tal defender seu ponto de vista no fórum?

Essa discussão demonstra que, para entender-se a TI, não há como deixar de compreender a relação dessas tecnologias com a sociedade, algo que iremos realizar em nossa próxima aula.

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