Protocolos

Imagine que você precisa se comunicar com um amigo e precisa fazer isso digitalmente. Digitalmente no sentido de você só poder enviar para o seu amigo um sinal de 0 ou 1 (acenando com a mão, ou batendo em algum canto etc...). Como você faria pra mandar uma mensagem, por exemplo, de socorro?

Esse problema foi pensado há muito tempo primeiramente por Samuel F. B. Morse. Já ouviu falar em “Código Morse”? Pois foi esse aí mesmo! Nesse código, cada letra é uma sequência de beeps longos e curtos. As famosas letras SOS para pedir socorro são bem fáceis de dizer em código Morse, sendo feitas assim (S = . . . , O = - - - ) :

Bem, o código Morse é um exemplo de “protocolo” ou padrão de comunicação. Esses padrões são necessários porque, como no exemplo do código Morse, a comunicação em certos casos é limitada (por exemplo, no caso de máquinas digitais, só temos bits 0 e 1 como possibilidade). Quando se comunica sem fio digitalmente, o que ocorre é que se enviam bits em forma de pulsos eletromagnéticos que se propagam no ar.

Para que seja possível enviar dados dessa forma, é preciso estabelecer um protocolo em que ambos, transmissor e receptor, entendam. Obviamente o código Morse é um exemplo muito limitado (pois só tem letras e números, nem letras maiúsculas ele diferencia). Existem diversos tipos de protocolos, como o RS232, I2C, Modbus etc. Todos esses são protocolos ditos “seriais”, pois enviam um bit de cada vez.

Cada protocolo tem seu padrão. Por exemplo, é comum um protocolo estabelecer que os primeiros bits são bits de identificação (para o receptor saber que está chegando algo). Podem existir bits que servem para dizer se a mensagem terminou etc. O importante é que ambos, transmissor e receptor, estejam configurados para conversar no mesmo protocolo. Se não for assim, é uma confusão: quando um está dizendo que está começando uma mensagem, o outro entende que está terminando; quando um manda um bit de uma palavra, o outro entende que é pausa etc. Tudo vai por água a baixo.