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Como você sabe, o Brasil tem, em suas dimensões continentais, muitas riquezas, belezas naturais e diversidade cultural impressionante contrastando com graves problemas sociais. Não é exagero dizer que existem vários "brasis" dentro do nosso país. Somos mais de 209 milhões de brasileiros com muitas características, particularidades e demandas. Apesar de termos conseguido alguns avanços em políticas sociais, ainda temos um longo desafio no sentido de universalizar o acesso de toda a população a direitos básicos, como educação.
Veja abaixo a imagem da tela Operários de Tarsila do Amaral, ela representa a diversidade racial e os contrastes sociais do Brasil no início do século XX.
Conheça um pouco da história de Tarsila do Amaral, grande pintora e desenhista brasileira com fama no Brasil e no exterior acessando o seguinte link.
Certamente você concorda que a educação ainda é o principal mecanismo de ascensão social que dispomos. Acredito até que, se não fosse por essa crença, você não estaria aqui. Estou certo?
Pesquisas indicam que pessoas com mais tempo de estudo, isto é, melhor formação, via de regra, conseguem melhores trabalhos e salários, diminuem o risco de ficarem desempregadas (afinal, tanto a iniciativa privada quanto o setor público desejam os profissionais mais capacitados), são mais esclarecidas e, portanto, menos suscetíveis a algumas doenças relacionadas muitas vezes às baixas condições de vida, ou seja, tendem a ser mais felizes.
Entretanto, no estudo Better Life Index, promovido pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) para analisar a qualidade da Educação dos países participantes, o Brasil ocupa a antepenúltima posição! Entre os 38 países pesquisados, ficamos à frente apenas da África do Sul e do México (OCDE, 2018). Os critérios avaliados consideraram, entre outros aspectos, o tempo médio em anos que as pessoas passam estudando e a porcentagem da população com acesso à Educação Superior. Quer saber mais sobre esse estudo? Clique aqui!
Aí você pergunta: e o que isso tem a ver com Educação a Distância (EaD) e com o curso de Tecnologia da Informação (TI)? A resposta é simples: Veja a si mesmo! Você é um exemplo de alguém que busca qualificação pessoal e profissional a partir de um curso ofertado na modalidade de educação a distância. Além disso (#SpoilerAlert! ), como estudaremos mais adiante e nas próximas aulas, as TI ressignificaram vários segmentos da sociedade, a Educação é um deles.
Assim como você, atualmente, várias pessoas estão estudando por meio da EaD. De acordo com o Censo EaD.br, realizado pela Associação Brasileira de Educação a Distância (ABED) e publicado em 2018, o número de alunos matriculados em cursos a distância regulamentados ultrapassou os 7 milhões. Esse número é que o dobro da população do Rio Grande do Norte! Esses alunos estão matriculados em cursos que vão desde o Ensino Fundamental da Educação Básica à Pós-Graduação na Educação Superior.
Imagine que até crianças estudam a distância! Claro que esses casos são exceções, mas é importante saber que existem. Programas de acompanhamento de estudo a distância são permitidos por lei a alunos do Ensino Fundamental que estão em tratamento hospitalar ou moram em regiões de difícil acesso, como filhos de militares em missões especiais ou regiões de fronteira da Amazônia.
Para muitas pessoas, a EaD é a única opção para estudar, seja por questões geográficas, econômicas ou de tempo. Muitas localidades, longe de centros urbanos, ainda não contam com instituições de ensino físicas públicas ou particulares. Quando há apenas instituições particulares, muitos indivíduos não podem pagar. Quando existem os dois tipos de instituições, os horários das aulas são incompatíveis com o horário do trabalho ou de outras atividades julgadas prioritárias.
Eu mesmo, tinha bastante interesse em fazer uma especialização sobre Educação a Distância, e só consegui cursá-la por ser ofertada na modalidade a distância e gratuita. Onde eu morava, em Fortaleza/CE, praticamente não existia opção de curso nessa área, gratuito ou pago. Como mencionei na minha apresentação, fiz Pós-graduação Lato Sensu pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com sede em Niterói/RJ. O polo de apoio presencial, onde participei dos dois encontros presenciais obrigatórios, ficava na cidade de Embú das Artes/SP. Essa formação, inclusive, foi uma das quais me habilitaram para estar aqui no Instituto Metrópole Digital (IMD), ministrando esta disciplina e produzindo este material.
Nem de longe esse meu relato é desafiador diante de outras pessoas e localidades, pois muitas vezes a Educação Básica, que é obrigatória, já é de difícil acesso.
Você já imaginou como é morar e ter acesso à educação em regiões ribeirinhas, por exemplo? Para chegar nessas localidades são necessárias algumas horas viajando de barco! Isso acontece no Brasil e a oportunidade de estudar é alcançada graças à EaD.
Educação a distância: 'Ilhada', mulher usa ensino a distância para se tornar a 1ª graduada na família
Conheça a história de Helen, que reside em uma cidade do Pará e a escola mais próxima à sua casa fica a duas horas de barco. Por meio da Educação a Distância ela conseguiu realizar um dos seus sonhos, tornando-se a primeira graduada da família.
Apesar de vivenciarem dificuldades de acesso e locomoção distintas das relatadas na reportagem, certamente muitos dos alunos dos cursos técnicos do IMD também não teriam acesso a uma formação nesse nível, em instituição de ensino pública, gratuita e de qualidade. Além de possuir polos de apoio presencial em centros urbanos do interior do estado, como Angicos, Caicó, Mossoró e Pau dos Ferros, o que por si só já contribui para expansão da interiorização de cursos técnicos em TI, a oferta no modelo semipresencial de EaD favorece e atende a pessoas que residem em municípios da região a também ter acesso à essa formação. Ainda assim, alguns alunos precisam se deslocar semanalmente para aquelas cidades que sediam nossos polos de apoio presencial para participar dos encontros presenciais. Se você não for um dos vários exemplos, provavelmente na sua turma deve ter alguém.
Como você percebeu, a EaD contribui para a democratização do acesso à educação de qualidade, oferecendo cursos a pessoas que não teriam acesso por diversas razões. Os cursos técnicos do IMD estão alinhados a essa proposta e, por isso, fazem parte do Sistema Rede E-Tec Brasil. Dentre os objetivos desse programa do Governo Federal, lançado em 2007, está proporcionar acesso ao ensino técnico público, gratuito e de qualidade, a partir da modalidade de educação a distância, a jovens brasileiros. Para tanto, os cursos técnicos do E-Tec buscam alcançar localidades distantes em instituições que ofertam ensino técnico regular e periferias das grandes cidades brasileiras, incentivando os jovens a concluir o Ensino Médio e adquirir formação profissional e tecnológica.
Portanto, muita gente pode se beneficiar com cursos na modalidade a distância e adquirir uma qualificação, tendo melhores expectativas para o futuro. Para essas pessoas que precisaram se adaptar a essa nova maneira de estudar, provavelmente esse foi o menor dos desafios!
No tópico a seguir, vamos aprofundar os conceitos da EaD e conhecer sua regulamentação e evolução histórica. Mas, antes, faremos a nossa primeira atividade no ambiente virtual de aprendizagem (AVA) Moodle.
Agora que você já refletiu sobre a contribuição da EaD para a democratização do acesso à Educação, é hora de socializar o que aprendeu. No fórum de discussão, exponha suas opiniões sobre os impactos que um curso da área de TI, ofertado na modalidade de educação a distância, pode causar na sua região. Você acha que há algum impacto? É importante que você argumente com aspectos sociais, econômicos e de desenvolvimento. Não se esqueça de comentar a postagem dos seus colegas, ok?
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