Cursos / Redes de Computadores / Redes de Computadores I / Aula

arrow_back Aula 12 - IPv6 - Parte II

Técnicas de Transição

Como visto em aula anterior, o protocolo IPv4 possui 32bits para realizar o endereçamento dos hosts, enquanto que o IPv6 funciona com 128bits. Além dessa característica diretamente relacionada ao tamanho dos endereços, outros recursos foram adicionados ao IPv6, mas não foram ao IPv4, isso faz com que os dois protocolos sejam suficientemente diferentes e, por esse motivo, eles não “conversem” entre si. Assim, devido a todas as diferenças existentes entre as duas versões, elas não interoperam.

Por causa dessas diferenças, as quais não permitem a um host que funcione apenas com IPv4 conversar diretamente com um host que possui apenas o IPv6, algumas Técnicas de Transição foram desenvolvidas.

Exemplo de Hosts: n1 com IPv4 e n2 com IPv6.

Quando as Técnicas de Transição foram pensadas e desenvolvidas, seus objetivos eram permitir que ocorresse a transição do uso do IPv4 para o IPv6, de maneira que nenhum equipamento ou usuário ficasse sem conectividade durante o período de coexistência entre ambos os protocolos.

Como visto na aula anterior, as técnicas de transição são classificadas em 3 tipos de acordo com as suas funcionalidades:

  • Pilha dupla: tida como a técnica padrão para a transição, ela consiste na operação do IPv4 e do IPv6 nos mesmos equipamentos, simultaneamente.
  • Túneis: possibilitam que as diferentes redes IPv4 possam se comunicar através de uma rede IPv6, ou que redes IPv6 conversem através de redes IPv4.
  • Tradução: técnica que, por meio da conversão dos pacotes IPv4 em IPv6, e/ou vice-versa, permite que equipamentos usando IPv6 comuniquem-se com outros que usam IPv4 e vice-versa.

Além dessa classificação, as técnicas são, ainda, classificadas em dois tipos: técnicas statefull e técnicas stateless. O primeiro grupo (statefull) são técnicas em que é necessário manter tabelas de estado das conexões, com as informações dos endereços e pacotes para que estes possam ser processados. Já o outro grupo (stateless) não necessita manter essas informações e cada pacote é processado individualmente. Técnicas do tipo statefull requerem mais recursos (memória, processamento, etc.) devido à necessidade de armazenar as tabelas de estado, já as técnicas do tipo stateless, por não necessitarem armazenar as mesmas informações, necessitam de menos recursos. Por esse motivo, é recomendada a adoção de técnicas stateless em relação às técnicas statefull, sempre que possível.

Muitas técnicas de transição foram desenvolvidas, como Túnel GRE, 6in4, Tunnel Broker, NAT64 e DNS64, 464XLAT, Teredo, DL-Lite, 4rd, 6rd, entre outras. Cada técnica possui vantagens e desvantagens, além de características próprias. Por esse motivo, a implantação de cada técnica deverá ser analisada de acordo com a situação necessária. Nesta aula, vamos explorar uma das técnicas de tunelamento, denominada 6in4.


Versão 5.3 - Todos os Direitos reservados