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Devido a essa característica de JavaScript, recomenda-se usar os operadores de igualdade estrita, ===, e desigualdade estrita, !==, para comparar se dois valores são iguais ou diferentes. Isso porque esses operadores retornam menos valores inesperados do que o == e o !=. Mas isso não impede, é claro, que você também use tais operadores. De qualquer maneira, existem diversas peculiaridades no uso desses operadores quando envolvemos a coerção de tipos. Vamos ver?
Nesse exemplo (ver Código 1), faremos várias comparações e coerções de tipo usando os operadores de igualdade e de igualdade estrita. Essa página HTML é muito simples, com um campo resultado novamente, no qual você escreverá um valor booleano gerado ao longo do exemplo.
Código 1 - 09_8 Coerção de Tipos.htmlVeja o que acontece se compararmos false com o valor 0. Será que o resultado é true ou é false? Será que o false é == a 0? Note que sim, false é == a 0. Porém, false não é === 0. Por quê?
Lembre-se, como já foi dito, que o == verifica valores e o ===, a igualdade estrita, compara também o tipo. E, obviamente, temos, false, um tipo booleano e 0 um tipo numérico, então essa igualdade estrita é false, ok?
Outro exemplo é o false com a string vazia. Então, false é == a string vazia? Se carregarmos a página, veremos que dará "true". Porém, da mesma forma, se for feita essa comparação usando a igualdade estrita, teremos false === a string vazia, o valor é "false", porque estamos comparando um valor booleano com uma string.
Compare agora o valor 0 com a string vazia. O 0 é == a string vazia? Ao carregar a página, o resultado será "true" porque eles são igualmente convertidos em false. Porém, se usarmos a igualdade estrita ===, e recarregarmos a página, veremos que o resultado é "false" porque temos tipos diferentes: 0 é um número e a string vazia é uma string.
Veja com relação ao null e ao undefined como funcionam esses valores. Vamos compará-los e ver como isso acontece usando igualdade e igualdade estrita do null, do undefined e do false. Se compararmos o undefined com o null usando a igualdade simples, o ==, veremos que o resultado dará "true", e eles são, de fato, iguais.
Porém, são iguais apenas entre eles mesmos. Veja que no JavaScript se você comparar o null com o false usando o ==, ao carregar a página obtém como resultado "false". O null == false é "false", assim como o undefined == false também dará "false". Então o null e o undefined são iguais usando o == e o null == undefined dará "true", porém a comparação deles com false dará "false".
O que acontece se compararmos null com o 0? null == 0? O resultado será "false". O null não é == a 0. E o undefined seria == a 0? Da mesma forma, também será "false". Isso reforça aquela informação que apenas null == undefined será "true". Usando a igualdade simples, == temos "true", será que usando a igualdade estrita nós teremos também como resultado "true"? Ao recarregar a página HTML, temos o resultado "false". Por quê? Porque o undefined é um valor undefined e null é do tipo objeto, eles têm tipos diferentes, então apenas a igualdade simples dará "true" entre eles.
Ao falar sobre o NaN, Not a Number, apesar de ser "falso", ele não é igual a nada, nem a ele mesmo. Se compararmos o NaN com o null usando igualdade simples, o resultado será "false", como já dito, ele não é igual a nada nem, repetindo, a ele mesmo.
Então se voltarmos ao exemplo e compararmos NaN == NaN, a resposta não será "true", ao carregar a página a resposta continua sendo "false", ou seja, NaN não é igual nem a ele mesmo.
Assim como em outras linguagens de programação, os operadores lógicos são processados da esquerda para a direita. Assim que eles têm um valor definido, eles param de ser avaliados retornando o valor que parou o processamento. Essa característica interessante na definição dos valores booleanos das condições é chamada de curto-circuito. O valor retornado no processamento pode ser tratado como um valor verdadeiro ou falso, mas também pode ser tratado, simplesmente, como o valor retornado. É possível usar essa característica para fazer atribuições bem criativas como veremos no exemplo a seguir. Ademais, podemos também fazer isso para verificar a existência de elementos na página, como fizemos no último exemplo.
Por fim, nas condições com ou-lógico, recomendamos colocar primeiro as condições com mais probabilidade de ser true e com menos necessidade de processamento. Caso isso aconteça, o resto não precisará ser avaliado, visto que true || P é true, qualquer que seja o P, causando um curto-circuito e evitando a avaliação de P. O mesmo acontece com o e-lógico. Nesse caso, porém, recomendamos colocar primeiro as condições com mais probabilidade de ser false e com menos necessidade de processamento. Se isso acontecer, o resto não precisará ser avaliado, pois false && P é false, qualquer que seja o P, causando um curto-circuito e evitando a avaliação de P. Vamos ver exemplos disso?
Neste exemplo (ver Código 2), usaremos novamente uma HTML muito simples, na linha 11 vamos declarar o resultado e ficar escrevendo textos nesse resultado pra ver o comportamento do curto-circuito.
Código 2 - 09_9 Curto-Circuito.htmlInicialmente, temos um if-else da linha 5 à linha 11 onde diremos que, se if (null.toString()) se isso retornar uma string, nós atribuimos ao texto: "Resultado é true", caso contrário, "Resultado é false". Veja Figura 1.
E na linha 39, o que fazemos simplesmente é atribuir esse texto ao innerHTML daquele parágrafo. Então, na prática, escreveremos na página HTML o texto "Resultado é true" se null.toString(); caso contrário, "Resultado é false".
Um aspecto interessante em orientação a objetos, apesar de não ser o foco desta disciplina, mas vou adiantar, é que não podemos chamar métodos num objeto null. Se carregarmos a página, não será exibido nada, e se de fato entrarmos no depurador do Chrome temos um erro de tipo pois não é possível ler a propriedade toString do null (Ver a Figura 2).
Temos um erro nessa página e isso foi causado porque chamei o método toString no valor null. Vamos ver o que acontece com o curto-circuito. Ao colocar o if na linha 5, temos if (true || null.toString()), como exposto na Figura 3, erro permanece na página. Continuamos chamando a propriedade toString no valor nulo. Mas estou usando isso dentro de um condicional onde a primeira parte é true. E como já foi dito na aula, true ou qualquer coisa, é sempre true. Então, teremos um curto-circuito. Quando ele verificar que tem um true e um ||,ele vai parar a avaliação daquela expressão e vai executar de fato o “Resultado é true”. O erro simplesmente não vai aparecer por causa do curto-circuito. E isso é um bom exemplo de como ele funciona. Ao voltar à página HTML e carregá-la, aparecerá a mensagem o “Resultado é true”.
O erro que é causado ao chamar o toString no valor null, ele não acontece. Da mesma forma, teremos um curto-circuito se fizermos if (false && null.toString()), o erro continua, só que temos um && lógico com false. E false com qualquer coisa é sempre false.
Novamente, temos um curto-circuito, só que dessa vez, ele nos leva ao false, então o que vai ser executado é o trecho do código do else, e ao recarregarmos a página, teremos a mensagem "Resultado é false" e aquele erro não será exibido.
Como é que funciona o curto-circuito nas atribuições? Eu tenho um texto que recebe o valor "Programação Estruturada" que é o nome da nossa disciplina. Faremos o seguinte, diremos que texto = (texto || "Programação OO"). Veja a Figura 4.
Vimos nesta aula que qualquer texto que tenha conteúdo é true. Então, o que é que acontece? O texto vai ser interpretado com o valor true e teremos true || "Programação OO", um curto-circuito vai acontecer e permaneceremos com o texto "Programação Estruturada", que é o texto retornado na avaliação da tentativa de converter esse texto num booleano, ele retorna o valor "Programação Estruturada". Ao recarregar a página HTML, será exibido "Programação Estruturada".
Agora, se tivéssemos o texto vazio e tentássemos fazer essa atribuição, o texto vazio tem o valor false, ele avaliaria a outra expressão, "Programação OO", que daria true, então o todo daria true, mas o valor de "Programação OO" quando fôssemos avaliar, ele retornaria o valor "Programação OO", que é a nossa disciplina de Programação Orientada a Objetos. Isso foi um exemplo de curto-circuito nas atribuições. Veja a Figura 5.
Por fim, temos três variáveis, x = 0, y = 1 e z = 2. Faremos uma condição no if que faz x || y || Z, como exposto na Figura 6, ele vai tentar transformar cada um dos valores que foram atribuídos às variáveis num valor booleano. E, ao carregar a página HTML, o resultado esperado será "true", porque apesar de x ser false, ele continua e avalia o y. Por isso o resultado será "true", porque será um valor numérico diferente de 0. Nesse momento, ele já fez um curto-circuito e não chegou nem a avaliar a variável z. Observe que se deixarmos só x aparecerá "Resultado é false".
Esses foram alguns exemplos de curto-circuito tanto nas condicionais quanto nas atribuições.
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