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O ser humano adora contar histórias. Você já parou para pensar em quantas histórias você conta ou ouve todos os dias? E o povo brasileiro, então? Quantas novelas passam todos os dias na televisão somando todos os canais? Séries na TV a cabo, programas femininos, o telejornal conta notícias na forma de história, a propaganda vende seus produtos com histórias e personagens semelhantes a você e seus conhecidos, os enredos são variados!
Mas nem todas as histórias possuem boas narrativas, daquelas que deixam você animado, ansioso, curioso, querendo saber o que e como vai acontecer. Narrativas que fazem você rir, chorar, ficar preocupado e até mudar a sua maneira de pensar.
Mais de dois mil anos atrás, povos de culturas ancestrais, como os gregos, perceberam isso e ficaram curiosos em saber como e por que isso acontecia. Em uma época que reinava a oralidade, fizeram grandes peças de teatro, narrando suas batalhas e seus ideais. Com a popularização da escrita, as narrativas orais foram tomando outras formas. Se antes eram documentadas na forma de pinturas e esculturas, com a popularização dos livros surgia a literatura, em meio ao desenvolvimento da arte narrativa, pois podia se guardar e se recuperar as narrativas em bibliotecas públicas, particulares e até nas casas das pessoas comuns.
As óperas e outras músicas também contavam suas histórias, mas precisavam ser apreciadas ao vivo, até o surgimento do fonógrafo. Com os meios eletrônicos em cena, foi a vez do cinema, do rádio, da TV e, hoje, dos videogames.
Nem todos os games têm a obrigação de contar histórias. Games como Tetris, Pac Man, Space Invaders e, atualmente, Candy Crush, Plants vs Zombies ou Subway Sufers são excelentes jogos que não apresentam pretensões narrativas. Mas, por outro lado, jogos como Assassin´s Creed, Far Cry, Red Dead Redemption, Uncharted, Bioshock e muitos outros investem bastante na importância da narrativa, às vezes até sacrificando a sua jogabilidade.
Todos os jogadores têm suas preferências. Alguns preferem jogos baseados em narrativas, outros em mecânicas. Nós, como profissionais, não podemos nos dar a esse luxo, pois somos regulados por tendências, pelo mercado, pelos investidores e pelo público. Desta maneira, gostando ou não, profissionais de jogos devem aprender a analisar e criar narrativas para jogos e é por isso que esta disciplina é tão importante!
Durante esta disciplina veremos como as narrativas foram evoluindo até chegarem os videogames. Estes, por sua vez, acrescentam elementos narrativos diferentes dos meios anteriores. Também, por suas características particulares, os jogos digitais pedem que as narrativas sejam contadas de formas diferentes dos livros e do cinema. Game designers devem levar em consideração que, diferente das outras mídias e seus expectadores, os jogos e seus jogadores apresentam desejos e motivações diferentes. Eles querem tomar decisões, e querem que estas influenciem a narrativa de acordo com os seus desejos. Jogadores não são simples observadores, eles querem fazer parte da história. Por isso, os game designers não escrevem histórias para eles e suas personagens, e sim, as escrevem para os jogadores. A estrela do seu jogo é sempre o jogador. Então, vamos arregaçar as mangas e escrevermos as histórias para essa mídia tão desafiadora.
Divirta-se!
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